Exploração de recursos minerais serve apenas um grupo de indivíduos - Reverendo Ntony Nzinga
O Presidente do Movimento de Recursos Naturais "Tchota", Reverendo Daniel Ntony Nzinga é contra a proposta de aprovação da Lei n°8/20, de 16 de Abril, lei das áreas de conservação ambiental.
Por: Agostinho Paulo
O Movimento TCHOTA, que integra nove organizações da sociedade civil, apresenta-se como opositor quanto a aprovação da Lei 8/20 sobre as áreas de conservação ambiental, pela Assembleia Nacional.
Em conferência sob o lema, "contribuir para uma maior consciência da sociedade angolana, sobre os desafios ligados à exploração dos recursos, melhor gestão e justa distribuição dos rendimentos", o Reverendo Ntony Nzinga, presidente do TCHOTA, disse que as alterações impostas na lei anterior, "não vai trazer mudanças em termos de garantia da sustentabilidade dos recursos naturais existentes no território nacional".
Ntony Nzinga advogou que além da protecção ambiental a exploração de recursos minerais nas zonas de conservação ambiental deve servir para o bem das populações onde os recursos se encontram e não servir apenas um grupo de indivíduos.
O ambientalista emprestado à religião, recua no tempo e recorda que, “de 2008 a 2013, o País registou crescimento económico decorrente da exploração de petróleo, mas o nível de pobreza, nas zonas de exploração, continua”.
"As receitas, não pressupõe maior atenção aos mais vulneráveis", precisou, para mais tarde afirmar que, “as comunidades mais afectadas pela exploração de recursos minerais, devem ser auscultadas na concertação de sobre os assuntos que lhes diz respeito”, sustentou, garantindo mais adiante que a aprovação da lei, foi algo precipitada.
“Por este facto, esperamos que não haja incidentes que nos remetam a lamentações no futuro", sublinha o Reverendo, exigindo mesmo que a lei seja revogada pela Assembleia Nacional porque, no seu entender, a solução deste problema vai criar outros problemas.
"No passado já tivemos mais receitas, mas não soubemos acudir a fome e a pobreza, agora temos que andar com calma e colocar a vida em primeiro lugar", finaliza.
Criado em 2016, O Movimento Tchota integra várias organizações da sociedade civil tais como, Acção para Desenvolvimento Rural e Ambiente (ADRA), Instituto para a Cidadania (MOSAICO MWANA PWO), Conselho de Igrejas Cristãs de Angola (CICA) e o Fórum de Mulheres Jornalistas para Igualdade de Género (FMJIG).