Director da Fiscalização de Viana denuncia envolvimento de Polícias, Militares e da PGR em burlas e usurpação de terras
Embora garanta que as demolições em Viana, com maior incidência na zona da Santa Ussula vão continuar, Paulo Vaz, Sociólogo de profissão e Director de Fiscalização Inspecção da Actividade Economia e Segurança Alimentar do Munícipio de Viana, denunciou, a existência de indivíduos e individualidades, ligadas as burlas de terras que, por situações inconfessas, criam vários constrangimentos nas várias direcções da administração de Viana.
Por: Matias Miguel
Há um ano e oito meses à frente dos destinos da fiscalização de Viana, sobreviveu ao holocausto de três prováveis exonerações, em exclusivo ao Na Mira do Crime, Paulo Vaz diz compreender a inquietação da população do município Satélite de Luanda, e sublinhou ser seu dever trabalhar neste sentido, razão pela qual, voltou a merecer o voto de confiança do novo edil que doravante vai dirigir o município de Viana.
“Não vou deixar desiludir a confiança merecida. Dizer que o meu trabalho vai continuar onde for necessário demolir para repôr a legalidade, porque existem grupos bem identificados e organizados, entre eles, funcionários da própria administração, indivíduos do Serviço de Investigação Criminal (SIC), da Procuradoria-Geral da República (PGR), militares e polícias a busca de interesses incofessos, sem nenhum normativo, a construírem bairros no sentido de atrapalharem e perturbarem o normal desenvolvimento de uma admnistração”, denunciou.
Segundo o responsável, a filósofia do novo administrador é repôr a legalidade e chamar a consciência cidadã dos munícipes. Na sua visão, a partir da entrada de uma nova direcção, todo o munícipe tem de se vincular na nova filosofia de trabalho desta direcção “e todo aquele que não se rever nisso vai arcar com as consequências”.
“Vamor reforçar as medidas que já temos, vamos ser mais rígidos e duros. Em suma, vamos ter mesmo de repôr a ordem”, ameaçou.
Demoliação na Santa Ussula
De acordo com Paulo Vaz, a demoliação na Santa Ussula, é um processo que corre os trâmites legais, dentro da PGR, adstrito ao Luanda Sul, cujas ordens de demolição e os respectivos processos vinculativos, já estão assinados e como fiel depositário foi constituida a administração municipal de Viana.
“Neste processo já cumprimos 80 por cento e vamos continuar até atingir os 100 por cento”, sustentou.
Desenvolvimento metropolitano de Viana
O responsável da Fiscalização de Viana sublinhou, por outro lado, que o desenvolvimento metropolitano de Viana também já está elaborado e é com ele que as instituições vão trabalhar e se basear para ordenar aquela parcela da cidade capital.
“E aqueles que estiverem à margem das regras emanadas nesse documento, certamente, que vão sentir a mão pessada da administração”, explicou, garantindo que a sua agenda de trabalho não difere dos seus superiores herárquicos, nomeadamente, a Governadora de Luanda, Joana Lina e também o Admnistrador municipal de Viana, Manuel Pimentel.
“Pode acontecer, naturalmente, uma transição de executivo, tal como aconteceu agora, com a entrada de um novo administrador municipal, o que não tem nada haver com conotações de chefias. Podemos dizer que é uma mera coincidência, principalmente, porque há procedimentos e normas. Entretanto, tudo que se está a fazer a nível do município de Viana obedeceu a regras e estamos autorizados a fazê-lo, sempre dentro das nossas competências”.
Paulo Vaz, garantiu que o que se pretende, em Viana, é evitar que o município Satélite de Luanda chegue a ter bairros desestruturados como são os casos dos famosos bairros Catambor, Xabá, Barrocas do Miramar “onde em função das péssimas condições de habitabilidade e de transitabilidade a população se vira contra o Governo a pedir energia eléctrica, saneamento básico e outras condições que seriam possível colocar caso alguns cidadãos obedecessem as regras e optassem em construções urbanísticas adequadas”, reforçou.
Entretanto, em gesto de conclusão, Vaz apela aos munícipes a evitarem comportamentos inadequados de usurpação e compra de terrenos por via ilegal e a contactarem a Administração municipal de Viana sempre que haja uma situação como a que se verificam nos bairros onde há demolições.