Município de Viana: Jeremias Dumbo acusado de ser o maior garimpeiro de terrenos
O antigo administrador de Viana, Jeremias Dumbo é acusado de ter sido autêntico usurpador de terrenos. Nelson Sousa, engenheiro de profissão, acusa o antigo governante de ter enraizado o garimpo de terras no município de Viana.
Por: Matias Miguel
A acusação de Nelson Sousa surge na sequência de uma reclamação do direito de superfície de alguns espaços que tem no perímetro do Zango 5 com todos os emolumentos pagos desde 2019, altura que indemnizou os camponeses no processo N.º 1258-2019, cujo processo constam a Declaração de cedência, Croqui de localização, termos de pagamento, licença de vedação, comprovativos de transferências bancárias, declaração da comissão de moradores e a nota de encaminhamento de pagamentos de vistoria do terreno.
Nelson Sousa disse ao NA MIRA DO CRIME que as terras lhe foram cedidas pela PPHS em 2010 a 2014 numa extensão de 300x300x2, mas para o seu espanto, sempre encontrou entraves por parte de funcionários da administração.
“Entre as pessoas que colocavam entraves ao seu processo, estão os senhores Divaldo Lucas e Silvia Cristóvão instrumentalizados pelos Administradores Jeremias Dumbo, que tinha o genro e os filhos como testas de ferro no negócio de terras”, denunciou.
De acordo o nosso entrevistado, Jeremias Dumbo, encontra-se foragido em terras das Acácias Rubras, sob o pretexto de tratamento médico, deste modo tem evitado os mandados de captura que já vai no segundo convite.
“O Jeremias Dumbo e o seu filho venderam muitas parcelas, num negócio que usava como método, o embargo das obras de quem quisesse legalizar em espaços bem localizados a nível do municipio. Depois passava o espaço em nome de um parceiro e a decisão de venda vinha depois”, acrescentou no leque de denúncias contra Jeremias Dumbo que tinha sido repescado para Luanda pelas mãos de Higino Carneiro depois de ter saído de Benguela por culpa do jardim milionário que mandou construir.
André Soma ‘copiou’ Jeremias Dumbo
O engenheiro Nelson Sousa sustenta que André Soma, por sua vez, ao entrar para a administração pública, depois da longa passagem pela Delegação provincial de Educação de Luanda, encontrou as más práticas de Jeremias Dumbo, tendo seguido as mesmas práticas do seu antecessor.
“Até dívidas mal paradas pagou com terras que não lhe pertenciam”, denunciou, garantindo que, está a falar de um perímetro onde se encontra a empresa Limbamba, “onde foi forjado um documento falso e, até hoje, o novo inquilino não tem como construir por falta de legitimidade”.
Vigência de André Soma em Viana
O nosso entrevistado disse, por outro lado que, na administração de André Soma, voltaram a levantar o problema já na companhia de outros cidadãos também marginalizados, no caso, os senhores Bernardino de Carvalho José Borges e Maria Helena.
“Estou a falar das empresas Organizações Santa Úrsula, Bell-House, João Domingos, Sans Lda, Helnel Lda, Moreno Pereira e outras num espaço com a dimensão de 2000x300m2”, apontou.
A razão vem decima
Passados dois anos de luta na justiça, Nelson Sousa garantiu que tem a razão do seu lado, de forma tardia, tudo porque passaram por Viana Jeremias Dumbo, André Soma, Davide Lucas e Silvia Cristóvão que colocavam empecilhos a quem quisesse legalizar uma parcela de terra naquela circunscrição do município satélite.
“A Silvia foi mais longe. Chegou a influenciar o administrador cessante, Fernando Manuel, em erros gravíssimos que terão ditado a sua exoneração. Ela perecia ser a administradora municipal, tendo agido de má fé e foi mesmo capaz de dizer que a documentação imitida pelo PHS e PPHS não se afiguravam como documentos bastantes para provar a titularidade do direito fundiário sobre as terras”, acusou.
Manuel Pimentel ignora ordem da PGR
Segundo avançou o engenheiro que aproveitou os microfones do NA MIRA DO CRIME para denunciar as falcatruas de antigos administradores de Viana disse ainda que o actual administrador Manuel Pimentel, está a desobedecer por completo uma investigação e orientação da PRG.
“Sempre que nos deslocamos para obter parte do processo que já deveria estar em nosso poder, vem adiando este dia e os invasores não perdem tempo. Em função disso, há uma invasão absoluta e progressiva no espaço com encargos que vão acabar por sobrar ao governo para o posterior realojamento dessas populações”, explicou, para mais adiante sublinhar que continuam na esperança do actual administrador dar o veredicto final neste assunto.
“Como o senhor jornalista pode ver, as construções não pararam. Repara as paredes frescas aqui no espaço da Santa Úrsula que no mês passado foram demolidas”, apontou.
Projectos sociais como a construção de uma feira popular, universidade, casas sociais de rendas resolúveis, acrescentou, terão de esperar por conta de gente com orgulhos desmedido.
Jeremias Dumbo em Benguela e André Soma silencioso.
Em busca do contraditório, a nossa equipa de reportagem contactou, via telefónica, o antigo administrador Jeremias Dumbo. Do outro lado da linha, disse-nos que se encontra em Benguela em tratamento médico sem, no entanto, apontar uma data para vir à Luanda.
André Soma, por sua vez, tem os dois números de telefones, das redes Unitel e Movicel, desligados. Situação que não permitiu o contacto com o antigo homem forte da educação em Luanda.