Massota orientou que 100 pessoas ingressassem na Polícia Nacional a troco de 300 mil kwanzas por candidato
Na sessão de julgamento retomado ontem, depois de na semana passada ter sido interrompido devido a não conclusão da audição da declarante Angelina Alfredo, a ré esclareceu que sempre que recebesse dinheiro dos candidatos os encaminhava ao comissário Francisco Massota para agilizar os processos.
Durante a fase de alegações, Elizandra Tomás disse que, como não conseguiu os 100 candidatos pretendido, foi instruída pelo comissário Francisco Massota a encontrar intermediários no sentido de completar as 100 vagas, para completar um número de 600 efectivos que deviam ingressar na corporação.
Em tribunal, a ré disse que Francisco Massota chegou a devolver 300 mil kwanzas ao cidadão Carlos Pascoal, que reclamava ingresso na Polícia Nacional, à semelhança de outros candidatos.
Por sua vez, a agente Márcia Crispim disse ter entregue 900 mil kwanzas e, mais tarde, 230 mil, sendo que esta última quantia pertencia à candidata Vilma António Kabanga.
O comissário Francisco Massota considerou, perante o Tribunal, falsas as declarações das agentes Elizandra Tomás e Márcia Crispim, alegando que não tinha competência para enquadrar pessoas na corporação.
“A agente Elizandra apareceu no meu gabinete, com argumento de que tinha uma surpresa para me entregar. Cheguei a receber processos e a quantia de um milhão e 800 mil kwanzas, mas acabei por devolvê-los aos candidatos, porque os casos não foram agilizados por um colega de serviço que dispunha de vagas, mas que acabou por falecer “, disse.