Cacuaco, Cazenga e Viana - Agentes da Polícia cobram entre 100 e 200 Kwanzas a cada taxista
Os taxistas que utilizam as vias que ligam os municípios do Cacuaco, Cazenga e Viana, queixaram-se ao NA MIRA DO CRIME das frequentes cobranças de 100 ou 200 Kwanzas feitas por agentes da Polícia Nacional, principalmente os destacados nas zonas do mercado do Kicolo, ao Malueca, Bananeiras, Munlevos de Baixo, Papá Simão, Sonefe e Gamek.
Por: Alfredo dos Santos Talamaku
Segundo Mavinga Adão, taxista que faz o percurso mercado do Kicolo ao Malueca, os agentes posicionam - se na via pública, logo pela manhã.
"O hábito de pedir 'gasosa' nesta via é antigo. Ou seja, os polícias cobram 100 a 200 Kwanzas por cada carro, e nós conseguimos ver os bolsos deles cheios", revelou.
Quando mudam de área, passados alguns minutos, aparecem outros que também fazem as suas exigências.
Já Adolfo Nfinda, comerciante de matérias gastáveis de escritório, que usa a sua própria viatura para o transporte do material, chama à atenção quanto ao assunto.
"Eu reservo já os 200 Kz para o polícia. Aqui na Panga Panga, no Distrito Urbano 11 de Novembro, há uma esquadra e os polícias ficam na entrada do mercado ao lado da parede da Kianda, para conseguirem uma 'gasosa' de 200 Kwanzas e, quando recebem, ficam a rir a toa", afirmou.
Os moto-taxistas também lamentam. Pedro Tchali, por exemplo, considera elevado os gastos que tem de fazer para saciar a apetência dos homens da farda azul.
"Quando um polícia nos apreende a moto, a cabeça aquece, já que ele pede entre 3 e 5 mil Kwanuzas. Se não pagar, a tua moto é usada por ele, o mês todo", referiu.
Para o apuramento da veracidade dos factos, uma equipa deste jornal deslocou-se ao local, passando primeiramente pela entrada do Panga Panga, próximo da Esquadra do Distrito Urbano 11 de Novembro.
Aí, flagrou os agentes da polícia a extorquirem dinheiro dos taxistas.
Em acto contínuo, a equipa voltou a flagrar agentes da farda azul na rua da escola do Jeremias, defronte o Centro de saúde das Tapas, Distrito Urbano de Kima Kieza, município de Cazenga.
Sem medir esforços, passou pela rua da padaria do Senhor Afonso, ao mercado das madeiras e, mais uma vez, flagramos os agentes na prática da "mixa".
Alguns transeuntes ouvidos pela nossa reportagem condenam essa prática e conhecem o itinerário dos agentes.
"Das ruas mais usadas pelos agentes da polícia destacam - se a rua do Sétimo dia, passando pelo Jeremias até à pracinha do João Boss; entrada da Praça da Panga Panga, a rua da Padaria do Senhor Afonso até à praça da Madeira; rua da escola Tuzizila e na ponte do Paraíso", relatam.