Gasosa: Polícias ‘mixeiros’ do Cazenga ‘fogem’ câmaras do CISP e invadem município de Cacuaco
Os jovens que exercem a actividade de moto-táxi estão insatisfeitos com o vício que alguns efectivos da polícia no Cazenga nutrem em efectuarem cobranças ilícitas da famigerada gasosa, ao ponto, de não raras vezes, abandonarem o seu território de jurisdição para outros mais rentáveis.
Por: Kihunga Bessa
Depois de várias denúncias feitas por moto-taxistas, na manhã da última quinta-feira, 05, o NA MIRA DO CRIME realizou uma ronda na região da Kianda, que divide os municípios do Cazenga e Cacuaco, onde flagrou alguns agentes da ordem pública a fazerem cobranças aos motoqueiros.
E numa conversa que manteve com os jovens que têm o serviço de táxi como seu ganha-pão, estes informaram que os polícias em referência pertencem ao município do Cazenga, mas diariamente deixam os seus postos de serviço e emigram para o município de Cacuaco, onde "apertam" em demasia os moto-taxistas com cobranças de dinheiro, a famosa gasosa.
José Morais, um dos entrevistados, alega que são os mesmos homens que trabalham diariamente e que cobram aos motoqueiros uma taxa que depende da qualidade do meio.
Acrescentou que para as motos novas, eles simulam a apreensão por falta de um ou outro documento.
Só que, mesmo tendo "todos documentos em dia", é obrigado a pagar uma taxa de 1500 Kwanzas, enquanto nas motos antigas são cobrados 500 Kwanzas.
"Nós passamos mal na mão desses polícias dos dois municípios, mas os mais viciados são os do Cazenga que até fogem da Kianda por causa das câmaras de vigilância e entram aqui ao lado do mercado para cobrarem dinheiro", contou.
Quem também falou à nossa reportagem para desabafar, é Gonçalves Caweye outro motoqueiro que manifestou a sua insatisfação, alegando não entender o real trabalho dos agentes da ordem pública, e questionou o sistema de serviço dos mesmos.
"Mas será que na polícia já não há renda? Porque quase que vimos aqui os mesmos rostos", perguntou.
Alguns alegam não serem só práticas dos agentes de ordem pública, mas também dos reguladores de trânsito que agem em perfeita sintonia.
Durante o tempo da nossa reportagem, diante da rotunda da Kianda, junto a fábrica de bolachas, um regulador de trânsito, cobrava dois saldos a um motoqueiro.
Mas este não cedeu à pressão do regulador que, a todo custo, pretendia extorquir 2 mil Kwanzas, tendo a recusa se saldado em ofensas e discussão entre ambos, o que chamou a atenção das pessoas que por aí passavam.