Augusto Tomás ouvido na DNIAP em caso que envolve o Presidente do Tribunal Supremo
O ex-ministro dos Transportes, Augusto Tomás, está a ser ouvido neste momento na Direcção Nacional de Investigação e Acção Penal (DNIAP), órgão da Procuradoria-Geral da República, num caso onde está arrolado o Presidente do Tribunal Supremo, Joel Leonardo, em negócios de tráfico de processo crimes que acontecem naquele órgão superior da magistratura.
Por: NA MIRA DO CRIME/Club K
De acordo com o site Club K, recentemente, Serviço de investigação criminal (SIC), a pedido da PGR, prendeu um importante “testa de ferro” do Presidente do Tribunal Supremo no âmbito de investigações sobre negócios de tráfico de processo crimes que acontecem naquele órgão superior da magistratura.
A suposta rede de Joel Leonardo tentou negociar a sentença de um antigo ministro que os denunciou todos.
Silvano António Manuel foi detido na província de Benguela quando se preparava para abandonar o país rumo a vizinha Namíbia, depois de alertado que corria contra a si, um processo-crime junto a PGR.
Segundo apurou o Club-K, este sobrinho do Presidente do Tribunal Supremo foi preso depois de ter sido denunciado como o elemento que fez parte da mediação de uma rede de homens de confiança de Joel Leonardo que durante estes últimos anos estava a condicionar a soltura do antigo ministro dos transportes Augusto da Silva Tomás, exigindo uma “alta quantia de dinheiro”.
Encarcerado desde Setembro de 2018, num processo de corrupção conduzido pelo Juiz Joel Leonardo, o antigo ministro dos transportes deveria ser colocado em liberdade condicional em Abril de 2022, tal não aconteceu porque estava a ser condicionado a pagar um elevado suborno em troca da sua liberdade. Tomás rejeitou dar a quantia monetária que lhe estava a ser exigida e como resultado o Tribunal Supremo manteve-lhe encarcerado mesmo quando já tinha cumprido metade da pena.
Em Julho de 2020, a sua advogada Ana Paula Godinho denunciou que o mesmo estava a sofrer tortura psicológica resultando em muitas violações dos direitos humanos por elementos não mencionados.
No dia 4 de Junho de 2022, o Tribunal Supremo emitiu um documento com o título “liquidação da pena” reconhecendo que Augusto da Silva Tomás atingiu a metade do cumprimento da pena aos 18 de Março de 2022, pelo que seria merecedor de liberdade condicional face ao bom comportamento enquanto preso.
A 27 de Setembro do mesmo ano, o Juiz Daniel Modesto Geraldes – que é primo do Presidente do Supremo Joel Leonardo - indeferiu o pedido de liberdade condicional a Augusto Tomás alegando que assim procedia porque a pena "é branda para condutas tão graves” como a assumida pelo antigo ministro dos transportes.
Numa linguagem bastante dura, o Juiz Daniel Modesto escrevia na sentença que "a libertação deste tipo de criminosos a meio da pena não se mostra de todo compatível com a paz social e tranquilidade pública que se exige para a concessão da liberdade condicional".
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