Justiça procura paradeiro das duas vietnamitas submetidas a escravidão sexual na Vida Pacífica
As duas vietnamitas feitas reféns e submetidas à escravidão sexual por um chinês identificado apenas por Francisco, integrante de uma rede de tráfico de seres humanos, morador da Centralidade Vida Pacífica, 6º andar do Bloco 3, do apartamento 602, depois de denunciado e as vítimas serem colocadas à disposição do Serviço de Investigação Criminal (SIC), 24 horas depois são dadas como desaparecidas.
Por: Kiamukula Kanuma
Uma chamada chegada ao Na Mira do Crime, por volta das 18 horas desta quarta-feira,15, suplicava a este jornal que tudo fizesse para ajuda-las a sair do calvário em que estavam a ser submetidas.
Nguyen Thi Thúy, de 32 anos de idade com o Passaporte nº 040191009468 e a sua irmã, entraram em Angola em 09 de Novembro de 2022, com visto de turismo válido por um ano, como atestam os seus documentos, consultados pelo Na Mira.
"Fomos recrutadas por um amigo para vir a Angola com a finalidade de sermos integradas numa empresa para exercer actividade normal", disse. Mas Chegadas a Angola, acrescentam, foram submetidas à escravidão sexual, inconformadas com a situação, denunciaram o acto, no Domingo, 12, e apenas no dia seguinte, uma equipa de repórteres do NA MIRA DO CRIME fez chegar a denúncia de resgate ao Serviço de Investigação Criminal (SIC), em Viana que, por sua vez, encaminhou o caso para a Esquadra do Zango Zero.
Este jornal acompanhou a detenção do cidadão chinês e a sua esposa, supostos recrutadores, e três cidadãs angolanas que também tinham sido recrutadas para se prostituir.
Acontece que as angolanas foram postas em liberdade no mesmo dia, mas as vietnamitas e a mulher do Francisco (chinês) ficaram retidas.
Apurou este jornal que as vietnamitas foram mantidas sob custódia das autoridades até às 16 horas de terça-feira.
Enquanto isso, elas trocavam mensagens com a pessoa a quem recorreram para as socorrer, alegando que estão a ser obrigadas a retornar ao prostíbulo sob pena de serem presas ou repatriadas.
Às 16 horas, as vítimas eram transportadas numa viatura de marca Toyota, modelo Hilux, de cor azul, com a chapa de matrícula LD- 58-60-FD, dirigida por um cidadão chinês que estava acompanhado por um oficial do SIC conhecido por Da Silva, colocado na Esquadra do Zango Zero.
Mais tarde, foi apurado que as jovens foram encaminhadas para os Serviços de Migração Estrangeiro (SME) do Kikuxi.
O responsável deste posto admitiu a recepção das jovens, disse ainda que as cidadãs vietnamitas afirmaram que o cidadão chinês era primo de ambas, tendo, por esta razão, a deixado ir, mas reteve os passaportes por apresentarem algumas irregularidades.
A restituição dos passaportes seria feita na quarta-feira, 15, na Unidade do SME do Zango IV.
O oficial do SMS deixou-nos claro que recebeu garantias do Da Silva, oficial do SIC que elas iriam para uma outra residência bem localizada, por detrás da Shoprite do Zango.
No entanto, este Jornal sabe que a Secretária do Estado para os Direitos Humanos e Cidadania, Ana Celeste Cardoso Januário, contactou o responsável do Departamento do SIC de Combate ao Crime Organizado para ter mais dados.
Este órgão, no entanto, desconhece o paradeiro das senhoras e do chinês (Francisco), e tudo fazem para localizar às vítimas e os acusados de formar quadrilha.