Hospital Américo Boavida "abandalha" paciente com colostomia e torna a sua vida um verdadeiro inferno
Francisco Manuel, de 14 anos de idade, residente no bairro da Pedreira, distrito urbano dos Mulenvos de Baixo, município de Cacuaco, tem vivido dias infernais por causa de uma cirurgia que não se realiza.
Por: Cambuta Vieira
No ano de 2019, quando Francisco estava com 10 anos de idade, sofreu uma operação para tratar do problema de colostomia que o afligia.
Depois de feita a cirurgia no mesmo ano, passados três meses, três semanas e três dias internado, foi-lhe dada alta com indicação médica de que deveria regressar depois de um mês, para fazer o controlo e saber quando é que se poderia pôr o ânus funcional.
Desde então a vida do menino tem sido um verdadeiro inferno.
Isabel Manuel Domingos, mãe do menino, disse que "depois de cumprirmos o período de um mês, voltei para lá, o médico que responde por Dr. Marcos Paulo, negou, dizendo que não foi ele quem operou; até que apareceu o chefe dele que viu e comprovou que realmente era a assinatura do mesmo; nesse dia mandaram-me voltar, após procurarem o processo do menino que não aparecia, pediram para que eu regressasse no outro dia".
Isabel Manuel Domingos continuou explicando que "o Dr só me dizia, volta na segunda-feira, chegando lá no dia combinado mandou-me regressar na sexta-feira; é sempre assim durante todos esses anos; mandaram-me fazer raio X, desde Março de 2021 até hoje o médico nunca observou o resultado do raio X; eu vivo distante, só o transporte que eu e o menino gastamos para chegar ao hospital é elevado para mim que não trabalho, nem faço negócio, porque tenho de cuidar do menino", lamenta a mãe.
A equipa deste jornal sabe que a equipa que operou o menino foi composta pelos doutores Kuanzambi, Ferramenta e Marcos Paulo, que devem dar o devido seguimento ao processo cirúrgico até concluir com a reposição do funcionamento normal do ânus do paciente.
Devido a tanto sofrimento, o menino encontra-se debilitado fisicamente, na medida que como tudo entra, é da mesma forma que sai, o estômago não consegue processar normalmente os alimentos e nutrir o organismo.
A família passou a recorrer diariamente ao uso de sacos de cozinha ou embalagens plásticas, porque não tem possibilidades para comprar sacos terapêuticos apropriados para tal.
No dia 16 de Fevereiro, por intermédio de uma enfermeira, foi possível deixar a documentação toda no hospital, na esperança de ser chamado para a tão esperada cirurgia. Este jornal vai continuar a acompanhar todo o processo. Voltaremos!