Regresso às aulas: Pais e encarregados de educação denunciam subida de preços dos materiais escolares
A abertura do ano lectivo 2024/2025 está a ser considerada, pelos pais e encarregados de educação, como uma grande dor de cabeça. Em causa, segundo denunciam, está a subida exagerada do preço dos materiais escolares que, em comparação com os anos anteriores, eram bem mais baratos.
Por: Solange Figueira e Bernadeth dos Santos (Estagiária)
Em entrevista ao NA MIRA DO CRIME, a encarregada de educação Maria Domingos mostrou-se insatisfeita com a subida do preço dos materiais escolares porque o salário não compensa.
"Tenho cinco filhos e todos estudam. Vim ao armazém com 20 mil kwanzas e apenas consegui comprar materiais para dois deles. Anteriormente, com 10 mil kwanzas eu comprava material para todos", explicou apontando a culpa para alguns comerciantes que, no seu entender, estão a exagerar, nos preços desses produtos.
Evandro Adriano, indignado, conta que numa ronda feita, os preços nos armazéns variam de acordo com a qualidade dos materiais.
"Antigamente os preços eram acessíveis, agora estão muito puxados. Esta subida de preços revolta qualquer pessoa, já não importa se formos comprar dentro da praça ou do armazém, tudo subiu", referiu, sublinhando que em face da carência dos materiais escolares, aliado a subida também do preço das propinas e outros emolumentos, muitas crianças correm o risco de ficar sem estudar.
Segundo este cidadão muitas famílias não têm condições de comprar materiais escolares devido ao baixo poder de compra.
"Das contas que fiz, só para uma criança ter o material completo temos que gastar até 50 mil kwanzas. Muitos chefes de família ganham mal e o salário não chega para suprir estas despesas, alguém de direito tem que resolver esta situação", sustentou.
Por sua vez, a estudante Carla Patrícia, de 18 anos, disse que este é o segundo ano lectivo que recebe dinheiro para comprar os seus materiais escolares.
"No ano lectivo passado os materiais estavam bem mais baratos. Mas hoje, quando cheguei no armazém, assustei com o exagero dos preços. Não consegui comprar os livros porque os 15 mil que me deram serviram apenas para comprar cadernos, duas batas e as lapiseiras”, sustentou.
Numa ronda aos armazéns, a nossa equipa constatou que estão a comercializar os materiais a preços altos, porque na fonte de aquisição os preços também subiram.
"Não temos como não subir os preços dos materiais escolares se onde compramos eles também subiram, até mesmo quando mandamos contentores do exterior, a alfândega subiu também as taxas porque lá fora também subiram os preços", explicou o comerciante que quis se identificar apenas por Alibaba, garantindo que a venda do material um pouco mais caro é no sentido de retirarem também algum lucro.
"Se baixarmos os preços vamos perder e não teremos lucros", asseverou.