24 horas com arma na mão: Trabalhadores da empresa de segurança "GPS Transcinter" que guarnece o BPC reclamam do salário e descontos anárquicos
Dezenas de Funcionários da empresa de segurança "GPS Transcinter" com sede no bairro Azul, rua Joaquim Rodrigues da Graça, Distrito Urbano da Maianga, município de Luanda, que prestam serviço principalmente nas agências dos Bancos BPC, manifestam descontentamento devido as péssimas condições de trabalho, oferecida pela direcção da empresa.
Por: Kihunga Bessa
Em declarações exclusiva ao jornal Na Mira do Crime, os trabalhadores que pediram anonimato, informaram que não têm condições de trabalho e auferem baixos salários, para além dos chefes de equipa, supervisores, chefes de zonas maltratarem os colegas, trocando constantemente de vigilantes.
“Eles criam mecanismos de descontar o pouco que se ganhamos, com punições anárquicas”, denunciaram.
De acordo os nossos entrevistados, nas agências bancárias não há sequer guarita para trocarem de roupa, muito menos casas de banhos para satisfazer as necessidades biológicas.
Outra grande preocupação é a escala de trabalho, fazem um dia de serviço e um de folga (24/24), com refeição que degradam a saúde dos efectivos.
"Passamos muito mal, os nossos supervisores não nos respeitam, temos pouco tempo de repouso, sugerimos que pelo menos seja 24 horas de trabalho e 48 horas de descanso", pediram. Quanto a questão dos salários, os trabalhadores dizem que a empresa não cumpre com às exigências do Estado sobre o salário mínimo nacional, e usufruem um subsídio de 43 mil kzs.
"Por exemplo, os que guarnecem o cofre ganham 48 mil e 500 kwanzas, outros ganham 53 mil e 700 kzs", revelaram.
Acrescentam que, para os que guarnecem o novo edifício sede do BPC, os ordenados variam entre os 48 mil e 700 a 60 mil kzs, com direito a duas refeições diária.
"Nós ficamos das 07h30 até às 07h30 do dia seguinte de pé e com arma de fogo na mão, não temos um local apropriado para acomodar os visitantes, trocamos e fazemos as refeições de baixo da escada, tudo porque o edifício não possui um local apropriado", reclamaram.
Contam que a empresa paga mal, mas exige muito dos vigilantes.
"O trabalhador com uma falta é logo trocado de posto, sem ser ouvido. Os chefes falam de qualquer forma, ameaçam, faltam respeito. Mesmo estando doente eles o obrigam a aparecer no serviço. Mesmo estando com óbito de pessoas próximas, eles obrigam a trabalhar” denunciaram.
Os funcionários dizem que justificativos de falta não contam, o desconto é de 7.000 mil kzs.
Outra preocupação é a falta de contrato de trabalho, durante a admissão, assinam apenas uma ficha “e já está”.
Depois de ouvir os funcionários, a equipa de reportagem deste jornal rumou até a Direcção da referida empresa, onde mantivemos contacto com directora dos Recursos Humanos, Denise Maria, que refuta todas as acusações.
Reconhece que nenhum dos trabalhadores usufrui o salário exigido por lei, mas fez saber que existe uma negociação entre a direcção da empresa com a MAPTSS e seus clientes, no sentido de cumprir com a lei sobre a actualização dos salários até 70.000kzs.
"Estamos com todo interesse de cumprir com a lei, aliás, um dos nossos valores é o valor humano, tudo que nos fizemos é entorno do bem estar dos nossos trabalhadores", garantiu.
Quanto a falta de condições de trabalho nos postos, a directora do RH informou que o BPC é um cliente novo, e cada dia que passa vão melhorar as condições.