No Paraíso: Mortes por cólera tendem a aumentar, população clama por água tratada e postos de atendimentos de urgência
A falta de medidas urgentes para conter os casos de diarreia e vómitos que assola a população do bairro Paraíso por parte do Ministério da saúde, tem aumentado os casos de mortes, situação que preocupa os munícipes que temem pelo pior, e exigem mais responsabilidade às autoridades.
Por: Kihunga Bessa
Depois dos primeiros casos registados nos dias 1 e 5 do mês em curso, que vitimou de três membros da mesma família, devidamente reportados pelo Na Mira do Crime, na manhã desta quinta-feira, 09, uma equipa deste jornal fez uma ronda naquele bairro, para saber da evolução ou estagnação da doença cólera.
No local, foi possível constatar novos casos de mortes, onde foram vítimas maioritariamente pessoas do sexo masculino.
Dois cidadãos que em vida atendiam pelos nomes Moniz Lopes Pedro, de 55 anos de idade e o menor Manuel Milagre Óscar, de 07 anos de idade, são vítimas registadas pelo Na Mira.
No entanto, nota-s3 um aumento considerável de casos de diarreia aquosa, dores de barriga e vômitos, situação que preocupa os munícipes de Cacuaco, em particular os do bairro Paraíso.
Ouvidos por este jornal, Vladimilson Luís, Juliana Fernandes e Teresa Domingos, informaram que não há água potável no bairro, e com o saneamento básico precário, onde os moradores defecam em sacos e jogam nas valas e ravinas, a situação pode agravar-se.
" Estamos a consumir água imprópria com uma cor amarelada há quase um mês, estamos a desconfiar que seja esta a causa deste surto de cólera", deduziram.
Os moradores explicaram que desde o primeiro que nos últimos dias registaram pelo menos 11 mortes, e várias outras pessoas encontram-se internadas no hospital municipal de Cacuaco, tudo porque no bairro não existe um destacamento para acudir a situação.
"Temos apenas um centro de saúde sem condições para acudir a situação", alertaram.
" O que mais tememos é que com a propagação dos casos, venha a ser uma pandemia ao invés de uma simples epidemia, tudo por negligência do Ministério da Saúde, que até ao momento ainda não instalou postos de atendimento no bairro, para se evitar mais mortes por cólera", denunciaram.
A equipa de reportagem deste jornal deslocou-se até ao hospital municipal de Cacuaco, para saber sobre casos atendidos naquela unidade.
O doutor clínico da referida unidade, Bernadino Chicato, informou ter recebido os primeiros casos no dia 5 deste mês.
" Depois de pegarmos às amostras mandamos para a direção nacional da saúde, e dois dias depois recebemos como resultado positivo para cólera, a partir daí entramos num período de surto da doença, e temos desde este dia até a presente data 81 casos registados, dos quais 34 do sexo feminino e 47 do sexo masculino", informou.
Revelou ainda que a maior parte destes pacientes já tiveram alta, e a unidade hospitalar tem uma existência de 20 casos entre crianças e adultos.
Quanto a questão das mortes, o responsável fez saber que o hospital registou três óbitos extra hospitalares, e que a maior parte dos doentes está a recuperar satisfatoriamente.
"Através do CECOMA, as condições estão criadas, desde as camas, soros, bem como montagem das tendas, caso o surto venha a aumentar", assegurou.