Desistência da Brigada de Vigilância aumenta criminalidade no Distrito Urbano do Baia em Viana
Os moradores dos bairros Tempo Muda e Alegre, no Distrito Urbano do Baia km 30 no município de Viana, dizem estar a viver um calvário devido ao elevado índice de criminalidade que, não raras vezes, termina em morte.
Por: Kihunga Bessa
Falando exclusivamente ao jornal Na Mira do Crime, os habitantes contaram que os bairros existem há mais de 20 anos e contam com mais de 10 mil habitantes, que vivem em dificuldades extremas por falta de energia eléctrica, escolas, hospitais, vias de acesso, etc... Isso faz com que os marginais comandem a zona a seu bel-prazer.
Orlando Faustino, Mariana António e Pereira da Costa, moradores dos referidos bairros há mais de 10 anos, contam que, semanalmente, são registados cinco assaltos graves com recursos a armas de fogo, muito dos quais culminam em mortes.
"Aqui, os assaltos não têm dia nem hora, mas é sobretudo no período nocturno que ficam numa espécie de recolher obrigatório. As mulheres que andarem depois das 18 horas, uma vez interceptada, é obrigada a beijar os marginais, e quando comunicamos à polícia, somos deixados à nossa sorte”, denunciaram.
“Em função da elevada onda de criminalidade que vivemos, no ano passado, decidimos organizar uma turma de vigilância comunitária com o conhecimento da polícia a nível do município de Viana, entregando as nossas vidas ao sacrifício", explicou, salientando que a medida tomada havia contribuído para o abrandamento da criminalidade.
Ilustrou que no dia 20 de Abril do ano em curso, por volta das 19 horas, os marginais que, por sinal, eram mesmo moradores do bairro tentaram realizar mais uma acção delituosa com armas de fogo, mas dois foram agarrados pela população e foram carbonizados.
O grupo de vigilância comunitária conseguiu recuperar uma arma de fogo do tipo pistola e foi apresentada às autoridades.
O que a população não gostou é o facto de a polícia ter detido um dos membros da brigada de vigilância que também presenciou a incineração dos marginais.
Para a surpresa dos outros membros da brigada, o seu colega em vez de ser protegido, foi encaminhado para a comarca de Viana, onde aguarda julgamento, fora dos prazos da prisão preventiva.
Dedos acusadores apontam o comandante Faísca daquele Distrito de ser o principal autor da situação do colega por ser ele que havia levado a pistola as autoridades.
"Sabemos que ele está a sofrer por conta da defesa do bairro, havíamos reportado a situação ao comandante municipal de Viana, este terá prometido ajudar mas que até hoje também pouco ou nada faz", salientaram.
Familiares e amigos desconfiam que a polícia local foi influenciada pelas famílias dos bandidos incinerados, e clamam por órgãos competentes para ajudarem a resolver a situação.
A detenção do membro da brigada de vigilância, fez com que os outros desistissem e a criminalidade voltasse a fazer morada.
Contactado por este jornal, o Comandante da Esquadra do Baia, Faísca, disse estar a par da situação nos referidos bairros, mas que compete aos órgãos de justiça julgar este ou aquele cidadão.