Limpeza em Cacuaco: Cinco jovens (primos) levados da Vidrul executados com tiros na cabeça no Zango 1
Jacinto Tchakuya de 32 anos, José Bastos de 28 anos, Rodino Capindje de 28 anos, Damião Tchipa de 27 anos e Augusto Calembi de 19 anos de idade, todos primos, residentes no bairro Alto Vidrul, município de Cacuaco, foram tirados de casa e mortos horas depois, nas imediações do Zango 1, por elementos até agora desconhecidos.
Por: Cambuta Vieira.
Na passada terça-feira, 30 de Julho, os primos receberam uma visita, proveniente da província de Benguela, motivos que os levou a decidirem festejar a tarde toda. Por volta das 23 horas, a visita se foi e os primos foram dormir, tendo sido surpreendidos por volta das 02 horas da madrugada com fortes barulhos na porta, contou uma vizinha que terá se apercebido do caso.
"Na medida que eles batiam a porta com força lançavam ofensas gritando pelo nome do Celi, dando a entender que são pessoas conhecidas", explicou, garantindo que da sua janela de casa foi possível ver que no quintal havia mais de seis elementos, alguns deles munidos de pistolas e outros com armas de fogo do tipo AKM.
Sem alternativa, acrescentou a vizinha, os rapazes tiveram que abrir a porta e, sob fortes ameaças, foram levados pelos homens armados.
"Assim que amanheceu começamos logo a fazer as buscas para saber sobre o paradeiro deles, porque eram rapazes de confiança. Só no período da tarde é que nos chegou a informação da morte deles", sublinhou, realçando que até ao momento, a família e os vizinhos não sabem quem são aquelas pessoas.
"Estamos incrédulos com isso. não sabemos se esses jovens eram batuqueiros que só queriam levar as motorizadas deles ou se eram polícia. Por isso, exigimos justiça, porque eram bons jovens, não faziam práticas maléficas. Três deles eram apenas trabalhadores de moto-táxis e os outros dois andavam com carro de mão. Não entendemos os motivos por detrás desse acto barbáro", realçou.
Por sua vez o patriarca da família, proveniente da província de Benguela, Luís Paulo da Graça, recebeu a informação do desaparecimento dos seus familiares por intermédio do sobrinho que vive cá em Luanda.
"Às 07 horas da manhã ligou-me o sobrinho a dizer que os primos foram levados de casa por indivíduos desconhecidos e, por volta das 19 horas, voltou a ligar dizendo que foram encontrados mortos nas imediações do Zango 1", disse, acrescentando que, foram os colegas de serviço que, ao se aperceberem da existência de cinco corpos na via pública no Zango, depois das buscas notaram que se tratava dos seus ente-queridos.
"Essa situação fez-nos deslocar, na mesma noite de Benguela para Luanda. Mas nos espanta que, depois de termos comunicando aos familiares, os colegas foram ao local onde eles guardam os meios de trabalho, para saber se as motorizadas dos falecidos estavam no parque. Mas lá, o guarda lhes disse que por volta das 2 horas da madrugada, eles estavam acompanhados de uma viatura de marca Land Cruizer, de cor branca, e que os elementos alegaram que os mesmos compraram uma motorizada roubada, localizada por via de um dispositivo de GPS", lamentou.
O patriarca fez saber que o guarda ainda tentou mostrar resistência, porque conhecia bem os jovens.
"O segurança ainda disse que aquela informação não era verdade, mas foi ameaçado a se limitar apenas em abrir o portão para que os tais indivíduos pudessem fazer o seu trabalho, como se de autoridades policiais se tratassem", esmiuçou.
Sendo eles mais de seis elementos e o guarda sozinho, o senhor não teve outra alternativa senão a abrir o portão do parque.
"Os meus filhos tiraram as três motorizadas e os homicidas conduziram, depois foram colocados dentro da viatura e levados até ao local da morte", frisou.
Damião Tchipa e Augusto Calembi que chegou á Luanda no mês de Maio, ambos andavam com carro de mão, Jacinto Tchakuya, José Bastos, Rodino Capindje que exerciam a profissão de moto-táxi, partem para eternidade deixado todos mulher e filhos.
Segundo apurou o NA MIRA DO CRIME, todos eles são membros da mesma família, provenientes da província de Benguela, município do Balombo, aldeia do Mungo.
A equipa deste jornal manteve contacto com responsável da Polícia Nacional no município de Cacuaco, este garantiu que "diligências estão a ser feitas para se apurar quem de facto são os elementos que retiraram os cidadãos de casa e terão cometido este crime, uma vez que a família também não conseguiu os identificar".