Procura-se polícia: Os "Da Fama" e os "Leibos" instalam confusão no Sambizanga
O município de Luanda, Distrito Urbano do Sambizanga, bairro 12 de Julho/Lixeira, está a ser dominado pelos meliantes que decidiram unir os grupos e, assim, desenvolverem acções de grande vulto contra os moradores e transeuntes.
Por: Cambuta Vieira
As lutas de gangues voltaram a fazer morada principalmente nas ruas Travassos, Man-Torras, Kunanga, Pau do Corno, Camponês e rua do Tato, onde deambulam os grupos "Da Fama" e os "Leibos", integrados pelos marginais "Piriquitos, Tigude, Boi-Boi, Pancho, esses indivíduos que, com armas brancas, mandam parar tudo e todos.
Os moradores dizem que a polícia domina a situação, mas reage friamente. Na passada terça-feira, 27 de Agosto, por exemplo, os grupos acima citados voltaram a lutar das 00 até às 03 da manhã, mas a polícia não interveio.
No dia 28 de Agosto, por volta das 20 horas, voltaram a lutar e quando apareceu a polícia, esta fez alguns disparos, de acordo com Virgílio António Francisco, que viu o seu filho atingido por uma bala de arma de fogo.
"O meu filho estava no portão de casa e foi atingido no joelho, e a munição ainda perfurou o pé do seu amigo", contou.
"O meu filho, depois de ser socorrido até ao hospital do Prenda, passou uma noite e foi transferido para o hospital Dom Alexandre do Nascimento, onde está nos cuidados intensivos, porque teve uma veia rompida", afirmou.
Maria Culemba, moradora do bairro há mais de 30 anos, relatou que tem saudades do bairro do antigamente, onde o filho do vizinho era também seu filho, diferente de hoje, que o filho é o próprio inimigo.
"Hoje, o filho do vizinho pode roubar, mas se você, como vizinha, queixa-lo, a sua família vira-se contra si. Eu, por exemplo, já fui ameaçada por denunciar o comportamento de género", lamentou.
“É triste assistir miúdos que vimos a nascer, crescer, que deveriam tomar conta de nós, serem, hoje, nossos principais inimigos”, reflectiu.
Os moradores defendem o regresso da Turma do Apito, porque já não aguentam com "tanto sofrimento".