Fiéis da Igreja Assembleia de Deus Pentecostal travam luta corpo - a- corpo com marginais durante o culto dominical em Cacuaco
Um grupo de marginais denominado 'Tropa C', invadiram na manhã de domingo, 27, a Congregação Nova Aliança, afecta a Igreja Assembleia de Deus Pentecostal, do Ministério do Ebenezer, Centro de Caana, localizada no bairro da Conduta (Cerâmica ), distrito urbano do Kicolo, município de Cacuaco, enquanto participavam do culto dominical, no qual, além de desencadearem o medo e terror no local, um dos membros acabou esfaqueado pelos marginais.
Por: Alfredo dos Santos Talamaku
O facto ocorreu quando o líder dos marginais, identificado apenas por 'Kaká', no intuito de cometer o crime de roubo, posicionou-se ao lado da congregação para atacar os transeuntes.
A dada altura, revelou uma testemunha, um dos fiéis afecto aquela congregação foi interpelado pelo bandido quando pretendia ir à casa de banho.
O membro da congregação terá desafiado o bandido recusando-se a entregar os seus pertences, dai que foi agredido pelos bandidos, tal como conta o "MC", morador da zona.
" O Kaká pretendia assaltar o jovem, como ele tinha uma lâmina, tentou rasgar a face dele, mas ele conseguiu imobilizá-lo com ajuda dos outros membros da igreja, então, envergonhado, recorreu à ajuda dos seus amigos que, invadiram a igreja e criaram um grande terror. O Kaká sacou uma faca da cintura e feriu um dos membros, assim que conseguiram colocá-los fora, fecharam as portas da igreja, e ficaram trancados no interior", contou.
Os invasores, em acto continuo, jogavam pedras e outros objectos contra a porta, de modo a conseguirem abri-la.
Enquanto decorria o ataque, alguns meliantes levaram a porta da casa de banho e, mais tarde, disse um dos moradores, os Fiéis abriram as portas e saíram em defesa das suas vidas e da igreja.
"Tiveram que criar coragem para travar a invasão, saíram e defendiam-se das pedras, garrafas e ferros que a eles eram arremessados, travaram uma batalha contra os bandidos, até que eles fugiram e conseguiram apanhar o líder, Kaká e levaram-no a polícia. Foi preciso muita coragem, os vizinhos aplaudiam a atitude deles, caso contrário muitos teriam sido feridos", reconheceu.
"Eu estava no protocolo, quando eles entraram eu fiquei apavorada, pareciam pessoas possuídas por forças sobrenaturais, eram agressivos e com atitudes homicidas, desmaiei de tanto medo naquela confusão, eu nunca tinha estado diante de uma situação igual antes, mas valeu a atitude que os irmãos tomaram, graças a Deus conseguimos travar a batalha com ajuda do nosso Deus", agradeceu uma das fieis da referida igreja.
O GRUPO TROPA - C E SEU IMPACTO NA ZONA
Liderado pelo "Kaká" e o "De Ngueço"', o grupo é formado por marginais altamente perigosos, e foi formados inicialmente para lutas de grupos rivais, tendo evoluido para uma quadrilha que ganhou respeito no bairro da Cerâmica, Boa Esperança e Calomana.
" É um grupo bastante perigoso, quando lutam com outros grupos, danificam os portões das casas, entram em residências e saqueiam os bens, mas também cometem assaltos e roubos na via pública e em residências", denunciaram os moradores.
"A paragem da locota, do tio Abel, paragem dos motoqueiros da Pumangol e a ponte de ferro são os pontos mais perigosos da zona", apontaram.
"Muitas pessoas", revelou uma jovem membro da igreja invadida, "são atacadas nas paragens, tão logo descem do táxi, principalmente na ponte de ferro; na locota, próximo à empresa WM e na paragem do tio Abel. Às noites, na Pumangol, muitos simulam o serviço de moto-taxi, quando na verdade são bandidos".
Por exemplo, recordou que, há poucos dias, um irmão que trabalha como brigadista no 'Censo', foi vitima de assalto na zona da locota quando regressava das suas actividades, receberam-lhe o tablet e todos os documentos, contou.
Os nossos entrevistados apelam as autoridades competentes no sentido de traçarem mecanismos para a colocação de uma esquadra policial ou o patrulhamento policial.
"Precisamos de uma esquadra da polícia, dependemos apenas do mercado do Kicolo, parece que estamos inseridos num espaço esquecido, porque aqui a polícia quando aparece é sinónimo que alguma coisa grave aconteceu, a polícia é o único órgão criado pelo Estado para manter a órdem, a paz e a tranquilidade, mas não é o que se verifica neste bairro, esta zona é extensa e sem patrulhamento policial, aqui os bandidos fazem-se de reis, porque não há policiamento, então, que se coloque uma esquadra", pediram.