Procura-se polícia no Kilamba Kiaxi: Moradores dos bairros Lixeira e Quintalão do Petro lançam grito de socorro devido a subida da criminalidade
No município do Kilamba Kiaxi, distrito urbano do Golfe, nos bairros Lixeira e Quintalão do Petro, a população reclama do elevado índice de criminalidade, e da fraca resposta por parte das autoridades policiais.
Por: Cambuta Vieira
Segundos moradores, a onda de assaltos na via pública, tanto em plena luz do dia como no calar da noite, tornaram-se rotina naquela circunscrição de Luanda.
Os meliantes montam piquete na pedonal que dá acesso ao bairro Lixeira, o que obriga os moradores a darem uma grande volta para evitarem serem assaltados.
Dona Makiesse, comerciante, conta que, sempre que regressa dos seus afazeres, é obrigada a descer numa paragem distante de sua casa, tudo para evitar encontro com os amigos do alheio.
"Eu vivo no Quintalão do Petro, sou obrigada descer na ponte de baixo e dar a volta pelo bairro, porque às 20 horas os donos da ponte já estão em serviço e são capazes de tudo", denunciou.
Jonas Kinavuidi, morador do bairro há mais de 20 anos, realçou que o bairro já não é o mesmo, os gatunos são conhecidos pelos moradores e pela polícia, de dia são lotadores de táxi, mas de noite “são diabos”.
"O agravante é que quando são detidos eles afirmam que estão a ir visitar a esquadra, porque em pouco menos de 24 horas estão de volta para atazanar a vida dos moradores, e ai daquele que abriu a queixa…".
Segundo o morador, antigamente bastavam ouvir que a polícia está a vir, e era motivo de se preocuparem, “mas hoje os nossos filhos vejam a polícia como bonecos, brinquedos, não há respeito pela farda”, observou.
Do outro lado do Quintalão do Petro, está o bairro da Lixeira, que em tempos atrás já apelidado de cemitério, em função do amontoado de lixo aí existente e dos cadáveres que eram depositados.
“Aqui antes aparecia sempre corpos, mas após um trabalho do SIC já não se nota isso, ficamos surpreso com a presença de um cadáver de um jovem na passada terça-feira, 19, que para nós é preocupante e pode ser o regresso dos cadáveres”, explicou o senhor Kingambo, morador da zona da Lixeira
"Clamamos as autoridades, pedimos favor, não queremos mais corpos aqui na lixeira, enquanto é cedo, por favor, redobrem esforços", pediram.
Em função das casas abandonadas ai existentes, os habitantes contam que têm servido para esconderijos de bandidos.
"Estes criminosos que nos atormentam, se não estão na ponte, estão nestas casas abandonadas, onde fumam liamba e consomem bebidas alcoólicas, para depois ganharem força e actuarem", desvendaram.
Os nomes dos criminosos tidos como altamente criminosos e que criam temor à população, estão identificados como “Paixão Pi”, “Boko Lapa” e “Heritche”.
Referem que a polícia local tem conhecimento da existência destes bandidos e do perigo que estes representam, mas infelizmente nada é feito para minimizar ou erradicar este mal.