Daniel Francisco Carvalho, de 46 anos de idade, está detido desde a semana finda por, supostamente, se fazer passar por inspector da Inspeção Geral da Administração do Estado (IGAE), após se ter apercebido sobre uma suposta venda de testes de SARS Cov2, na delegação de Saúde da Maianga, município de Luanda, onde se terá deslocado para tirar proveito da situação.

Por: Matias Miguel

Em nota enviada ao NA MIRA DO CRIME, o call center da IGAE, informa que Daniel Francisco Carvalho e mais três comparsas seus, supostos funcionários do SIC, dirigiram-se à Delegação de Saúde da Maianga, levaram para parte incerta os técnicos de saúde envolvidos na alegada venda de testes de Covid-19, cuja soltura foi apenas feita mediante o pagamento de valores monetários.

O NA MIRA DO CRIME soube, no momento da detenção dos técnicos de saúde, que um funcionário da área dos transportes da delegação de saúde aproveitou a ocasião para denunciar os colegas que estavam em posse de viaturas da instituição solicitadas em abate institucional numa altura que o processo ainda não tinha sido concluído.

Essa situação despertou outro interesse ao suposto inspector que, aproveitando-se do caso, exigia a quantia de 1 milhão e 900 mil kwanzas para, supostamente, legalizar a viatura junto do Ministério das Finanças.

Por outro lado, pediu ainda a outro funcionário que lhe entregasse a viatura de marca Toyota Land Cruiser com a chapa de matrícula LDQ-88-55 de cor branca.

Delegação Provincial de Saúde toma as rédeas do caso

Apercebendo-se do caso, o Director Provincial de Saúde de Luanda, convidou o falso inspector da IGAE a se fazer presente na instituição que, confrontado, deixou evidente que não cumpriu as promessas feitas, tendo na ocasião refugiando-se no pretexto de ter estado em missão de Serviço.

Neste ínterim, não satisfeito, persuadia ainda uma terceira funcionaria, igualmente habilitada ao abate de uma viatura, a fim de lhe entregar a quantia de 1 milhão de kwanzas para legalizar a sua viatura.

Entretanto, como a Direcção da Saúde já havia participado o caso ao Serviço de Investigação Criminal (SIC), cujos indícios faziam que se estava perante a um falso funcionário da IGAE.

Accionado o SIC, Daniel Francisco Carvalho, foi colocado entre a 'espada e a parede' e não tendo conseguiu manter o seu disfarce. Afirmou que nunca foi quadro da IGAE e que manteve o seu álibi para ardilosamente satisfazer os seus caprichos materiais.

Entretanto, como o crime não compensa, acabou detido e encaminhado ao Ministério Público para as medidas que se impõe.

O alerta da IGAE

Por formas a evitar situações do género, a Inspecção Geral da Administração do Estado alerta a todas as instituições públicas e privadas, quando tiverem dúvida da actuação de um indivíduo que se intitule de fiscal ou outra autoridade administrativa, no sentido de ligarem para o 119 a fim de se dar o tratamento adequado a situação.