No Belas: Marginais tomam de assalto bairro Parapeito Esqueleto e impõem recolher obrigatório
Os moradores do bairro Parapeito Esqueleto, situado zona do Benfica, município de Belas, vivem um verdadeiro inferno por causa dos marginais que tomaram de controlo toda extensão do bairro e estabeleceram um recolher obrigatório.
Por: Kihunga Bessa
Depois de várias denúncias enviadas ao Na Mira do Crime, na manhã desta quarta-feira, 15, uma equipa deste jornal fez-se àquela circunscrição de Luanda, para ouvir os habitantes que dizem viver sobre controlo absoluto dos marginais.
Moradores ouvidos pelo Na Mira contam que todos os dias há crimes a registar, e sem qualquer intervenção da polícia.
“Ninguém anda depois das 18 horas, isso é obrigatório”, alertaram.
“Por exemplo”, continuaram, na noite de terça-feira, 14, 8 marginais não identificados, encapuzados, e totalmente armados com armas de fogo, mataram um jovem de 22 anos de idade”.
Este jornal tentou ouvir os familiares, mas estes, revoltados, negaram comentar por falta da ineficácia da polícia que no dia do homicídio foi várias vezes contactadas mas ninguém se fez ao local.
Marcelina Gabriel, é moradora daquela zona há dois anos, e conta que os meliantes fazem tudo a bel-prazer e, como se não bastasse, prometem deixar viúvas nas residências em que forem encontrados homens.
A extensão do bairro e o desnível do território, segundo os nossos entrevistados, exige um número maior de efectivos, para mitigar a situação.
"Aqui estamos muito mal, não há quem nos acode, só esperamos todos os dias pela ajuda de Deus", disse Miguel Pedro, outro morador.
Ana Chicumbi, antiga moradora do bairro, diz que teve de abandonar a casa para se juntar a sogra, no Golfo 2, tudo por conta da violência desmedida dos marginais.
Água de bateria como novos modos operandi
Os moradores explicaram que os criminosos usam água de bateria para facilitar o arrombamento das casas.
"Antes de assaltar atiram aquela água nas paredes, dias depois dão uns muros nas paredes e estas caem rapidamente”, descobriram.
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Fonte da Polícia ouvida por este jornal, contou que a extensão do território, aliada a falta de iluminação pública e com acentuada desorganização do bairro, facilita as acções dos marginais.