NOTA NEGATIVA: Reabilitação do Hospital dos Cajueiros: A fórmula para ‘assaltar’ os cofres do Estado
A anunciada reabilitação do Hospital Geral dos Cajueiros, em Luanda, apesar de vir a ser profunda como referiu o Presidente da República, João Lourenço, na passada terça-feira, 06, demonstra claramente a vontade de o chefe do Executivo promover a doença e o tratamento, dois eixos dispendiosos no que a saúde no geral diz respeito.
Por: Mbengui Pedro
Mas sendo está a forma mais fácil de ‘assaltar’ os cofres do Estado, através de ajustes directos a que nos habituou, logo, mais milhões vão para a predilecta e bem-aventurada OMATAPALO, o papão das grandes obras.
O hospital em referência não é a primeira vez que beneficia de obras de melhoria e ampliação, entretanto, a qualidade dos serviços anda na contramão do que se pretende, e variadíssimas vezes este jornal denunciou o péssimo trabalho dos profissionais de saúde daquela unidade sanitária.
Por isso, especialistas advertem que a saúde das pessoas não passa por e simplesmente construir infra-estruturas, “não é que elas, não sejam necessárias, mas a melhor aposta devia ser feita no domínio preventivo, que envolve o melhoramento do sistema de saneamento básico, acesso a água potável, segurança alimentar e nutricional, educação e sanitária”, advertem.
Em outras latitudes, as pessoas dificilmente vão ao hospital, sobretudo para internamentos, por quanto a saúde deve ser tratada em casa.
Os especialistas, alertam, por isso, ao Chefe de Estado, que é importante que se procure antes saber as causas que estão na base das doenças dos angolanos?
“A fome é das piores causas, o débil sistema de saneamento básico, as unidades sanitárias primárias, é aí onde se deve atacar as causas, mais milhões para os Cajueiros em nada vai ajudar a mitigar a saúde do povo do Cazenga em particular e de Luanda no geral”, avisam.
É preciso redireccionar o tiro e apostar em programas preventivos que até são menos dispendiosos.
O Hospital dos Cajueiros é mais um de tantos outros que foram reabilitados e outros construídos de raíz, mas pecam na qualidade do atendimento médico e medicamentoso, a humanização na saúde não vai de encontro a beleza das paredes.
Precisamos sim de fábricas de medicamentos, fiscalizar os importados para que chegam com qualidade, acabar com a venda desordenada de medicamentos em todos os pontos da cidade de Luanda, que estão entre as causas do elevado numero de doentes renais em todo país.
Cajueiros precisamos sim, mas é reabilitar as zonas verdes que produziam o cajú, aqui mesmo aos arredores de Luanda.