População do Paraíso cobra promessas feitas por Manuel Homem
A população do bairro Paraíso, distrito urbano dos Mulenvos, no município de Cacuaco, exige ao governador da Província de Luanda, a materialização das suas promessas, como a construção da biblioteca, a cozinha comunitária, entre outros projectos garantidos quando da sua visita de cinco dias àquela circunscrição de Cacuaco.
Por: Kihunga Bessa
Em Abril do ano passado, o governador de Luanda decidiu trabalhar no bairro Paraíso, onde se instalou durante cinco dias.
Nesse período o número um de Luanda realizou diversas actividades e auscultou os habitantes locais que informaram os vários problemas daquela comunidade, tal como a falta de meios essenciais, assim como o precário estado de segurança pública na zona e as suas reais causas do alto nível de criminalidade que ali existente até ao momento.
Durante as suas declarações, o governador de Luanda prometeu resolver aquele que é maior problema da população, assim como efectuar a construção de uma biblioteca e cozinha comunitária, num prazo de apenas 45 dias.
Foi igualmente prometida a construção de um instituto politécnico para a formação dos jovens, mas, pelo que tudo indica, foi apenas um sonho que nunca será materializado, e a população sente-se defrauda.
“Tudo não passou de promessas de governante que queria dar o seu show”, dizem os cidadãos.
Segundo os habitantes, além destas e outras garantias feitas durante o seu período de trabalho, Manuel Homem efectuou várias visitas em toda extensão do bairro Paraíso e constatou não haver problemas no sistema de abastecimento de água como os moradores referiam, mas que a falha devia-se a acção de um pequeno grupo de “garimpeiros” que tiravam o seu benefício em prejuízo da maioria.
O governador também prometeu solucionar esse problema, mas até agora a população continua a sofrer no que tange ao abastecimento de água naquela zona, continuando a comprara água, custando uma bacia 100 kz e às vezes mais.
Ou seja, o sistema de garimpo continua a ser um facto, não foi estancado e nada melhorou.
Ouvidos pelo Na Mira do Crime, Jacinto Machado, um dos moradores do bairro Paraíso, diz não entender a política do “Padrinho”, como foi apelidado Manuel Homem naquele bairro, e pede ao governador para que concretize as suas promessas de formas a solucionar alguns problemas da população.
"Podemos dizer que o governador esteve apenas a fazer publicidade aqui no Paraíso, porque esperamos a construção da biblioteca e da cozinha comunitária que ele prometeu que em 45 dias estariam concluídas, mas até hoje, já lá se vai quase um ano e tudo caiu em ‘saco roto’", lamentou.
Quem também desabafou e mostrou o seu descontentamento é a cidadã Rosa Sebastião que aguardou com bastante expectativa a construção do prometido instituto politécnico na zona, chegando mesmo a pensar que seria um bem para os filhos aprender alguma arte numa academia escolar, mas agora diz que já não acredita nas propagandas do governador de Luanda, que garantiu que tinha tudo pronto para o arranque das obras e com um espaço já bem localizado.
Outra dor de cabeça para os moradores tem sido a falta de reabilitação da via que passa pelo centro de Saúde FAS em direcção ao aterro sanitário dos Mulenvos, que poderá facilitar de certa forma a movimentação de muita gente de e para o município de Viana, assim como para outros pontos da cidade capital.
"Queremos também que seja reabilitada a via que liga ao aterro sanitário dos Mulenvos para nos facilitar ir a outros pontos como Viana, Cazenga e outras zonas", disseram.
Importa referir que, quanto à questão da criminalidade, essa baixou um pouco, mas a população pede maior esforço da polícia local que muito tem feito, para que baixe ainda mais e que as pessoas possam sentir-se sossegados e circulem à vontade.