Mais de 700 milhões jogados ao lixo: Não conclusão da ponte do Malueca coloca Manuel Homem sob 'fogo cruzado'
O governador de Luanda, Manuel Homem, encontra-se novamente numa encruzilhada e num 'fogo cruzado'.
Por: Telson Mateus
Em causa está a não conclusão das obras de reabilitação da ponte do Malueca, que liga os municípios do Cazenga e de Cacuaco que, durante a sua última visita, garantiu que estariam concluídas em 30 dias, cujo prazo terminou no dia 26 de Maio.
Passados 30 dias desde que o Governador de Luanda, visitou a ponte do Malueca e deixou garantias expressas de que aquela infra-estrutura que poderá facilitar a circulação de mais de mil pessoas que diariamente atravessa por aquele local estaria concluída a espera apenas da sua inauguração no mês de Junho, numa ronda feita pelo NA MIRA DO CRIME, as coisas continuam iguais: "nem água vem, nem água vai".
Da constatação feita pela nossa equipa, tal como as imagens ilustram, é possível ver que as obras que deveriam terminar em 30 dias continuam paralisadas.
Não há homens nem máquinas a trabalhar, situação que coloca em xeque a pretensão do governador Manuel Homem em ver a infra-estrutura, orçada em cerca de 700 Milhões de Kwanzas, a ser inaugurada em Junho, no mês da criança.
Em face disso, muitos cidadãos acusam o governador de ser um mentiroso compulsivo, tudo porque na data prevista para abertura da circulação normal na ponte do Malueca, que liga os municípios do Cazenga e Cacuaco não será efectivada.
No mês de Abril, durante a visita de constatação das obras, o Governador da Província de Luanda que esteve ladeado da administradora municipal do Cazenga, Nádia Neto, garantiu que estavam criadas as condições técnicas e operacionais para a continuidade dos trabalhos que se encontravam paralisados há algum tempo, naquela ponte localizada no Malueca, município do Cazenga.
Manuel Homem, passou esta informação durante o primeiro dois dias de trabalho naquela localidade, realizada pelo governante, no quadro do programa "Governar Juntos", com base nas garantias recebidas do empreiteiro da obra que, ao que tudo indica, continua a "ver fumo" para concluir as obras.
Ouvidos à respeito, os automobilistas e moradores da zona, que continuam a encontrar enormes dificuldades para travessia de um lado para o outro, referem que não entendem os motivos da não conclusão das obras, numa altura que o responsável máximo do GPL havia dado garantias que continuava comprometido em encontrar uma solução imediata e emergencial para o retorno das obras naquela ponte.
Cazenga sempre no esquecimento
Esta não é a única obra que o Governo provincial de Luanda relega ao abandono.
Só para se ter uma ideia, no consulado do administrador Tomás Bica, em plena época chuvosa, o governo de Manuel Homem não conseguiu, até aos dias de hoje, dar um ponto final nas obras paralisadas da 7ª avenida que, em face da sua paralisação, pelo menos duas crianças acabaram por perder a vida afogadas nas lagoas que as escavações das empresas encarregues de fazer as obras efectuaram.
Sem qualquer responsabilização, a culpa acabou por morrer solteira e os governantes continuam a assobiar de lado e a andar com as mãos nos bolsos como se nada tivesse acontecido.
"Será que as obras na ponte do Malueca só vão terminar quando ocorrer uma tragédia?", questiona a anciã Madalena Namoma, visivelmente entristecida com o cenário que se vive dia-a-dia na zona.