Aprovado pelo PR - Deputados da UNITA condenam uso de 12 milhões de dólares para actualizar sistema de ar-condicionado
O Grupo Parlamentar da UNITA considera inaceitável e escandaloso que o Presidente da República aprove 12 milhões de dólares para actualização do sistema de ar-condicionado da nova sede da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis; numa altura em que a pobreza, a fome, o desemprego tomaram conta dos angolanos.
Por: Redacção
O líder do GPU, Liberty Tchiyaka, que apresentava a declaração política trimestral durante a reunião plenária desta quinta-feira, disse que há violações sistemáticas que configuram a falta de transparência, violação dos direitos fundamentais e a crise institucional entre o Tribunal Supremo e o Tribunal Constitucional.
"O Presidente da República aprova ajuste directo de 135 milhões de dólares para a construção de um muro de vedação de 45 quilómetros do Bungo ao Novo Aeroporto, à razão de 3 milhões de dólares por quilómetro", exemplificou, acrescentando que o Presidente da República aprovou também uma despesa de 15 milhões de dólares para, em regime de contratação simplificada, contratar-se a aquisição de serviços e desenvolvimento do portal integrado da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis.
Enquanto isto, referiu Chiyaka, a Angola real – da maioria dos angolanos – registou a seguinte realidade: um desemprego acima de 32% afectando maioritariamente os jovens enquanto a execução financeira dos programas de fomento ao emprego foi em média 6%; setenta e nove vírgula oito por cento (79,8%) dos empregados no sector informal, enquanto que Programa de Reconversão do Sector Informal a execução orçamental do I Trimestre de 2024 foi de 3%.
"A par dos dados do INE acima referidos, segundo o Relatório do Centro de Estudos de Investigação Científica (CEIC) da Universidade Católica de Angola, metade da população angolana vive na pobreza, havendo mais de 17 milhões de pobres", ilustrou, apegando-se também no recente relatório do Banco Mundial que estima que 10 milhões de angolanos passam fome.
O político considera os dados uma parte apenas da "dura realidade política, económica e social que Angola vive" e que os deputados do seu partido pretenderam partilhar com as instituições públicas.