Quando se pensa dividir a província em duas - Pobreza extrema no Cuando Cubango faz emigrar população
Na província do Cuando Cubango, a pobreza extrema continua a ser um desafio premente, afectando drasticamente todos os municípios. Dados recentes indicam que milhares de residentes lutam diariamente para atender as suas necessidades básicas, nos municípios que fazem fronteira com as Repúblicas da Namíbia e Zâmbia.
Rivungo
No município do Rivungo, cerca de 20,000 pessoas vivem em condições de extrema pobreza, enfrentando escassez de alimentos e falta de acesso a serviços essenciais como saúde e educação.
A agricultura que outrora era a principal fonte de sustento, “desapareceu”.
Recordar que até 2022, segundo notícias que eram publicadas na página do Facebook da administração municipal, o município era a principal fonte de abastecimento de outras províncias de Angola, pois “havia muita produção de milho, devido a aposta do governo local”.
Mavinga
Em Mavinga, a situação é igualmente crítica, com aproximadamente 18,500 habitantes afectados pela pobreza.
A região sofre com a falta de infra-estruturas e oportunidades de emprego.
Nancova
Nancova regista cerca de 15,000 pessoas a viver em condições de pobreza extrema.
A ausência de desenvolvimento económico e social agrava a situação, deixando muitas famílias sem esperança de uma melhoria a curto prazo; tudo porque o governo local “nada está a fazer para inverter o quadro”, acusam os munícipes.
Cuchi
No município do Cuchi, 17, 200 residentes estão imersos na pobreza, com as comunidades rurais a serem as mais afectadas devido à falta de recursos e apoio governamental.
Neste município, persiste um “braço de ferro” entre o governo provincial e as autoridades tradicionais, com o governador, José Martins a ser o epicentro da “confusão” por se imiscuir na actuação e actividades das autoridades tradicionais.
Cuito Cuanavale
O município do Cuito Cuanavale, conhecido pela sua importância histórica, não escapa dessa realidade.
Aproximadamente 22, 000 pessoas vivem em condições precárias.
A sua dependência da agricultura de subsistência não é suficiente para suprir as necessidades básicas.
A pobreza e a fome são visíveis a olho nu.
Calai
No Calai, 19, 000 habitantes enfrentam a pobreza extrema.
A falta de acesso à água potável e saneamento básico são problemas constantes que contribuem para a difícil condição de vida. Porque um mal não vem só, as doenças decorrentes da falta de água já perfilam.
A maioria dos cidadãos não tem condições para se tratar na vizinha República da Namíbia.
Dirico
O município do Dirico tem cerca de 16,500 pessoas a viver na pobreza extrema.
A distância das áreas urbanas e a escassez de serviços básicos agravam a situação dos moradores locais.
Menongue
Em Menongue, a capital da província, existem aproximadamente 25,000 pessoas a viver abaixo da linha da pobreza.
Apesar de ser a cidade mais desenvolvida da região, muitas áreas ainda carecem de infra-estruturas adequadas e serviços públicos eficientes.
Cuangar
No município de Cuangar, cerca de 14,800 residentes estão igualmente mergulhados na pobreza extrema.
A falta de oportunidades de emprego e o isolamento geográfico são factores que dificultam o desenvolvimento económico e social.
Do modo geral, na situação na província do Cuando Cubango estima-se que mais de 167,000 pessoas vivem em condições de extrema pobreza.
O governo provincial e diversas organizações não-governamentais estão a trabalhar para implementar programas de alívio e desenvolvimento, mas o progresso é lento e insuficiente para atender a demanda crescente. A situação crítica nos municípios do Cuando Cubango exige uma acção urgente e coordenada para melhorar as condições de vida dos seus habitantes.
Investimentos em infra-estruturas no ramo da saúde, educação e desenvolvimento económico são essenciais para combater a pobreza e proporcionar um futuro mais promissor para a população da província.
Junta -se a isso o combate ao nepotismo, tribalismo e o desvio de fundos públicos, situações que são reais e conhecidas pelas autoridades.
Por: Lito Dias