PIIM está a enriquecer administradores municipais do Huambo - PRS
Céptico em relação às mexidas efectuadas pelo Presidente da República com a exoneração de Lotti Nilika do cargo de governadora do Huambo, que foi substituída por Pereira Alfredo, o Secretário Provincial do Partido de Renovação Social (PRS) no Huambo, Soliya Salende, considera que a má gestão do erário está na origem do fracasso de muitos governantes, dando como exemplo a sua província onde o Programa Integrado de Intervenção dos Municípios (PIIM) “está servir apenas para enriquecer os administradores municipais”.
Por: Lito Dias
Na sua opinião, Lotti Nolika viveu na corrupção, porque deixou muitos corruptos aí no governo provincial, apontando como exemplo o actual administrador do município do Huambo, que é acusado de comprar uma viatura de marca lexus com o dinheiro do PIIM e combate à pobreza.
“É uma realidade, este caso já está nas mãos da IGAE; já chamamos a atenção das autoridades, porque alguns funcionários do governo provincial compraram casas em Portugal. Isso é corrupção, porque não compraram com o dinheiro dos salários que até nem ajudam para comprar alimentação”, referiu, enfatizando que, para além disso, ostentam dinheiro nas suas contas bancárias.
O actual governador já fez algumas mexidas no seu gabinete, mas o político sugere que para além das exonerações, fossem aos tribunais para responderem aos crimes que cometeram, de desvio de residências das centralidades.
“Venderam casas a 1 milhão e 1,5 milhões de Kwanzas por cada residência”, denunciou.
“Há administradores municiais que já não dão para a governação, como são os casos dos do Mungo, Bailundo, Londuimbali, Ukuma e Chinjenje, com excepção os da Chikala Cholohanga e da Caala a quem dá uma nota positiva, porque têm sido abertos”, acusou, afirmando que o administrador do Bailundo, por exemplo, tem sérios problemas que já não seria oportuno estar aí.
“Aqui no Huambo, o PIIM só serviu para enriquecer os administradores municipais e o dinheiro do Kwenda é justamente para comprar as consciências das pessoas que sofrem”, sublinhou, acrescentando que nos municípios, a mensagem que passa é de que o dinheiro do Kwenda é do dinheiro do MPLA, “o que é contraditório e suscita interrogações se o Banco Mundial está a financiar também a campanha do MPLA.
Sobre a prestação de Lotti Nolika, Salende diz que pensava-se que por ser filha do Huambo e conhece bem a realidade no terreno, a governação seria outra, “mas infelizmente foi para o pior”.
“Alguma coisa fez, mas chamamos a atenção que faria melhor se aquele projecto da requalificação da cidade do Huambo, avaliada em 203 milhões de dólares que o Presidente deu fosse concluído; aí sim teria a sua imagem bem-feita”, esclarece, observando que algumas infra-estruturas feitas não do âmbito nacional e não local, por isso não têm as impressões digitais de Nolika.
“Até a estrada do Santaria não termina, a ponto sobre o rio Cunene não começa, mas já se fez o lançamento da primeira pedra”.
O político do PRS não espera muita coisa do novo governador do Huambo, Pereira Alfredo, porque, em seu entender, “são as mesmas pessoas”.
“Tirando uma governadora e colocando outro que veio do Bié é o javali trocado pelo porco”, comparou, salientando que na governação do MPLA, todos os projectos partem de cima. Se continuarem a mexer nos dinheiros do Estado de forma arbitrária, promovendo a corrupção, as mexidas não vão dar em nada.