O Presidente do Bloco Democrático (BD) foi impedido, supostamente pelo MPLA, de visitar locais de interesse público, como o mercado municipal e a área de exploração de minérios na Chibia, no dia 24 de Agosto.

Por: Laurentino Tchatuvela (Huíla)

Durante a visita de constatação de Filomeno Vieira Lopes, presidente do Bloco Democrático (BD), esteve no município da Chibia, na província da Huíla, onde pretendia realizar visitas de constatação a alguns locais de interesse público, entre outras actividades político-partidárias.

Entretanto, os militantes do Bloco Democrático naquela região, quando se dirigiam para o local onde se realizaria um comício, foram transportados em autocarros para um local incerto, tendo sido aliciados com comida e bebidas, para que a actividade política de massas do BD fosse um fracasso.

A informação foi avançada à imprensa pelo secretário-geral do BD, Muata Sebastião, tendo sublinhado a não permissão da direcção da empresa de exploração de minérios para que se visitasse as suas instalações.

O político disse ainda que, a pretensão daquela organização política era, também, de visitar o mercado municipal da Chibia, no sábado, enquanto as pessoas estivessem a vender, no sentido de manter um contacto directo com elas, mas foram impedidos, situação que comprometeu a nossa agenda política do BD.

Muata Sebastião considera isso uma manobra política, algo que, segundo ele, "foi premeditado pelo MPLA antes da nossa chegada à Chibia".

O secretário-geral do BD acusou o MPLA de levar a cabo manobras políticas para dificultar o contacto do seu partido com a população.

Sebastião também mencionou que muitos cidadãos visitados por Filomeno Viera Dias não têm cédulas de nascimento ou Bilhete de Identidade; apenas ostentam cartões de eleitor, o que ele considera um paradoxo e criticou o MPLA por, supostamente, temer a oposição.

O nível elevado de pobreza no seio de muitas famílias, foi registado nos três municípios por onde passou o presidente do Bloco Democrático, que constatou, igualmente, a existência de um grande número de crianças de rua que enfrentam sérias dificuldades, mas que o partido dos camaradas "finge não ver".

"Essas famílias merecem o apoio, desde alimentação, vestuário, casa, água, energia, educação à saúde, só para citar alguns", considerou, referindo que esse apoio de que tanto necessitam "é da responsabilidade do governo do MPLA, uma vez que a seca na região sul é uma realidade e comprometeu a produção de produtos do campo".

No entanto, referiu, "foi positivo estarmos aqui, pois mostramos que o Bloco Democrático está vivo e presente, a nossa mensagem foi bem passada aos militantes, falamos na língua deles o que é mais importante e o Bloco Democrático continuará a sua luta no município da Chibia e não só".

Muata considera que, o MPLA tem medo dos partidos de oposição desde 1975, alegando que, se não tivesse medo, não teria violado o acordo de Alvor.

Segundo ele, esse medo é permanente e se intensifica com a impopularidade do presidente João Lourenço.

"Nós, como Bloco Democrático, vamos continuar a fazer o nosso trabalho, defendendo os interesses dos cidadãos e dando voz aos que não têm voz. É isso que nos caracteriza e define o Bloco Democrático", destacou.

Filomeno Vieira Lopes esteve na Huíla desde o dia 22, acompanhado pelos secretários provinciais de Benguela, Cuando Cubango, Namibe e Cunene.

A Huíla foi escolhida para albergar este encontro, em que o presidente do partido teve uma agenda intensa.

No dia 23 do mês em curso, Filomeno Vieira Lopes visitou as estruturas de base no município de Caluquembe para verificar o grau de prontidão dos seus militantes e, no município da Chibia, Filomeno Vieira Lopes inaugurou a Casa da Cidadania.