UNITA reage ‘a quente’ e desafia PR a provar ocorrência de crimes que imputa à oposição
A UNITA reagiu ‘a quente’ às acusações feitas pelo Presidente do MPLA; João Lourenço, na última segunda-feira, 26, segundo as quais a oposição estaria a encorajar e a fomentar a desordem, para além de organizar e liderar a subversão.
Por: Lito Dias
Para o maior partido na oposição, tais acusações são graves, pelo que o desafiam a provar que a ocorrência dos crimes que imputa à oposição “não são meras e falsas acusações”.
Num comunicado do Secretariado Executivo do Comité Permanente da Comissão Política distribuído esta tarde à imprensa, a UNITA diz ter escutado com bastante preocupação, as declarações do Presidente do MPLA, proferidas durante a sessão de abertura da reunião com os Primeiros Secretários dos Comités de Acção do seu Partido.
Para a maior força política da oposição, ao proferir impropérios contra a oposição, a propósito do sentido de voto do Grupo Parlamentar da UNITA, aquando da votação final global da proposta de Lei dos crimes contra a vandalização de bens públicos, o Presidente do MPLA, com vestes de Presidente da República de Angola, recorre à calúnia e à difamação.
“O Presidente do MPLA, com vestes de Presidente da República, no seu discurso, demonstrou, de viva voz, que não está à altura da missão republicana de representar todos os angolanos, porque é contra a unidade nacional, o Estado Democrático e de Direito e o regular funcionamento das instituições da República. O Presidente da República destila ódio, promove a intolerância e a divisão dos angolanos”, imputa.
Entende ainda que o Presidente do MPLA, com vestes de Presidente da República, resiste à ideia de governar para todos os angolanos como iguais, “exterioriza o seu profundo desrespeito pelos que pensam diferente, manda no Poder Judicial, dita sentenças, espezinha o funcionamento autónomo da Assembleia Nacional e quer determinar o sentido de voto do Grupo Parlamentar da UNITA”.
“É do domínio público que o MPLA, partido no poder, está envolto numa grave e indisfarçável crise de liderança que o torna incapaz de orientar de realizar o seu programa de governação, gravemente condicionado pela corrupção institucionalizada, pela mentalidade monolítica e pela cultura de exclusão, oferecendo aos cidadãos um país onde todos os que pensam diferente vivem já condenados, até que o Presidente do MPLA decida o contrário”, lê-se no comunicado.
Apela aos que considera patriotas angolanos, membros de partidos políticos, das igrejas, da sociedade civil, do Poder Judicial e das Forças de Defesa e Segurança, a rejeitarem e condenarem o discurso do Presidente do MPLA com vestes de Presidente da República, que atenta contra a paz, a democracia e a reconciliação nacional.
Para o partido do “Galo Negro”, o Presidente do MPLA devia ser, com vestes de Presidente da República e antes de tudo, o garante da paz, da unidade e da reconciliação nacional, pois nenhuma acção diplomática de promoção da paz na região dos grandes lagos é credível, quando o mesmo actor alimenta a discórdia no seu país.