Assunto político? - Samakuva processa antigo Secretário Provincial da JURA no Huambo por calúnia e difamação
O ex-presidente da UNITA, Isaías Samakuva, abriu um processo-crime contra o antigo secretário provincial da JURA no Huambo, Mangango Júnior, por proferir alegadamente ameaças de morte contra si, na época em que este voltou à liderança daquele partido por força de um acórdão do Tribunal Constitucional, que anulou o congresso ordinário que tinha eleito Adalberto Costa Júnior, em 2019.
Por: Lito Dias
Chateado com as alegadas ameaças, Samakuva decidiu resolver a contenda judicialmente tendo apresentado queixa-crime que culminou num processo de julgamento em Tribunal, iniciado esta quinta-feira, 29 de Agosto, na cidade do Huambo.
De recordar que Isaías Samakuva, quando voltou à liderança do partido, teve dificuldades de se fazer ao recinto onde se realizavam encontros preparativos para repetição do congresso, pelo que; teve de ser protegido pela polícia para evitar o seu linchamento pelos militantes da própria UNITA que se opuseram ao seu regresso ao cargo.
Mangango Júnior, um político muito activo nas redes sociais e defensor acérrimo do actual líder, Adalberto Costa Júnior, pronunciou-se sobre o processo-crime aberto contra ele. Na sua carta aberta, Mangango inicia dizendo: "Começa hoje a semana que responderei um processo-crime, que está a ser movido contra mim, pelo mais velho Isaías Samakuva, nos tribunais da República de Angola. Para mim, não constitui nenhuma novidade tais actos, pois há muito que venho chamando à atenção sobre uma conduta reprovável de alguns dirigentes que, durante muitos anos, inspiraram em nós a luta política e revolucionária. Para o caso específico do mais Velho Isaías Samakuva, chocou-me pelo facto de ser um dos colegas do meu falecido pai, que juntos trilharam vales e montanhas a procura da liberdade do povo angolano, ainda assim, ter-me levado às barras dos tribunais, sem passar pelos órgãos próprios do Partido, e o assunto que hoje está nas mãos do nosso adversário, ter-se-ia tratado e resolvido dentro das nossas instituições". (...)
De salientar que na cidade do Huambo, políticos e académicos, na sua maioria, consideram ser um assunto político que deveria ser abordado dentro do próprio partido, onde o próprio Isaías Samakuva criou uma comissão de jurisdição.