General Furtado orienta o SISM a investigar polícias e militares que fornecem armas de guerra aos bandidos
Enquanto os Serviços de Segurança só ouvem e a Procuradoria-Geral da República só vê, o ministro de Estado e Chefe da Casa Militar do Presidente da República, general Francisco Furtado, em uma semana, faz revelações bombásticas elucidando que o país não goza de boa saúde. Por um lado, disse estarem identificados governantes, antigos governantes, oficiais generais, oficiais comissários, autoridades tradicionais e administrativas, envolvidos em esquemas de contrabando de combustíveis. Já esta quarta-feira, 11, voltou a apontar o dedo às Forças Armadas e à Polícia Nacional de estarem, também, a fornecer armas de fogo orgânicas, algumas delas a pararem nas mãos de marginais.
Por: Lito dias
Francisco Furtado, que fez estas declarações quando conferia posse a novos oficiais generais recentemente nomeados pelo Comandante-em-Chefe das Forças Armadas Angolanas, falou da necessidade especial de se redobrar o controlo do armamento das Forças Armadas Angolanas e da Polícia Nacional, tendo denunciado um verdadeiro descontrolo de armas e munições que têm origem desses órgãos castrenses.
“Nenhuma empresa de segurança privada importa armas de guerra; estou a me referir das armas AKM, RPK ou pistolas orgânicas das Forças Armadas e da Polícia Nacional”, sublinhou, para depois dizer: “os crimes que temos vindo a verificar, pelo menos nas análises feitas, pelos relatórios dos meios utilizados nos crimes, encontramos muitos meios que são orgânicos das Forças Armadas e da Policia Nacional”.
No entender do General de Exército na Reforma, significa dizer que há um descontrolo que deve ser corrigido no tocante ao uso de armas e munições orgânicas das Forças Armadas e da Polícia Nacional.
Acrescentou que os serviços têm a responsabilidade de ajudar a direcção das FAA e da PN a descobrir e fazer com que sejam sancionados todos os militares ou polícias que estejam implicados em actos de morte, sofrimento e outros males à nossa sociedade.
Vigilância é o que Pereira Furtado exige: “temos estado a chamar à atenção sobre algumas situações que se registam a nível das nossas unidades militares e policiais que carecem da avaliação permanente do ponto de vista de inteligência e contra- inteligência para se poder corrigir males que afectem a sociedade em geral”.
Falou da necessidade de se exercer controlo mais eficiente e inspectivo dos cuidados com os meios técnicos colocados à disposição das unidades, particularmente do armamento e as munições nas arrecadações e armeiros das unidades.