Bloco Democrático questiona GPL sobre planos de prevenção para minimizar impacto das chuvas em Luanda
Numa altura em que o País vai registando já algum clima de chuva, em virtude dos problemas e consequências que a cidade de Luanda, de modo particular, e o País registam nessa altura, o Bloco Democrático questionou ao Governo Provincial de Luanda sobre os planos que aquele pelouro governamental tem para minimizar os impactos da época chuvosa, iniciada a 15 de Agosto, para a capital do País.
Por: Telson Mateus
Em entrevista ao NA MIRA DO CRIME, o secretário provincial do Bloco Democrático (BD) em Luanda, Ary da Costa Campos, considera ser oportuno que o Governo Provincial de Luanda (GPL) apresente nessa altura o plano no sentido de ser analisado e, se possível, melhorado por formas a se evitarem os episódios tristes dos anos anteriores.
“Estamos, a nível do Bloco Democrático na província de Luanda, e também nacional, preocupados com o problema das chuvas que se avizinham. Tal como sabemos, todos os anos, repetem-se os mesmos problemas devido às chuvas, principalmente na capital, Luanda”, apontou.
Fazendo alusão ao ano passado, o líder do Bloco Democrático em Luanda refere que só na capital do País, foram registadas mais de 300 mortes por causa das chuvas. “Então é um problema sério, que deve merecer uma atenção deste nível de seriedade. E nós, tendo em conta essa preocupação, endereçamos uma carta, no dia 9, ao Governador da província de Luanda, a mostrar essa preocupação, como também a questionar se há algum plano de prevenção das chuvas que se avizinham”, elucida.
Embora o Bloco Democrático ainda não tenha recebido qualquer feedback sobre a missiva endereçada ao GPL, Ary da Costa Campos espera que o pelouro do governador Manuel Homem arregace as mangas e comece a trabalhar afincadamente no sentido de não ver Luanda inundada não só pelas águas das chuvas, mas numa maré maior de problema decorrentes das quedas pluviométricas.
“É público e é notório que quando Luanda recebe chuvas há inundações de casas, há infra-estruturas danificadas e um conjunto de problemas que afectam os luandenses. Como nos anos anteriores nunca vimos qualquer plano para dar resposta, ou pelo menos atenuar o impacto das chuvas nas famílias, estamos a fazer um alerta os governantes no sentido de elaborarem esse plano preventivo”.
“O que temos verificado é: verifica-se o problema, com as chuvas às portas, os danos e as suas consequências e depois aparecem planos que são sempre paliativos e não planos preventivos. O que estamos a perguntar é se o executivo provincial tem algum plano de prevenção, se estão a pensar isto já neste momento, ou se estão a esperar que a chuva chegue para depois agirem”.
Além de criticar BD apresenta algumas soluções
Se por um lado o secretário provincial do Bloco Democrático criticou a falta de planos em função da realidade vivida nos anos anteriores, adiante, apresenta algumas linhas orientadoras que podem facilitar o seu homólogo em Luanda.
“Como já sabemos que este ano, 2024, vai se repetir o que aconteceu nos anos anteriores e as consequências podem ser as mesmas ou piores que tivemos, por exemplo, no ano passado, em que tivemos mais de 300 mortos, nós não só apresentamos essa preocupação, como efectivamente temos uma proposta para atenuar ou ajudar a nossa população”, sublinha.
O político do BD entende que a solução para muitos dos problemas relacionados com as chuvas devem ser concretos, como é o caso da existência de um plano preventivo emergencial, pelo facto da questão das chuvas merecer uma atenção emergencial.
“Achamos que o governo, seja nacional ou a nível da província de Luanda, deve ter, de facto, uma planificação de emergência a nível nacional para as chuvas”, sustenta, garantindo que o objectivo é criar um orçamento suplementar que poderia ser direccionado a estas pessoas que poderiam ser afectadas pelas consequências das chuvas.
“Este plano poderia suportar as famílias afectadas ou ainda a reparação de infra-estruturas que poderiam ser danificadas, como as residências dos cidadãos, escolas ou hospitais, e também que este mesmo plano tivesse a componente para fazer campanhas de sensibilização e prevenção junto das comunidades, através do diálogo e da identificação de zonas de risco”, sustenta.
Em gesto de conclusão, aponta os municípios de Viana e o Talatona como aqueles que no ano passado foram os mais fustigados pelas chuvas, cujas vítimas, não chegaram a receber, da parte do governo, qualquer amparo ou apoio.
De referir que Angola registou na época chuvosa 2023/2024 um total de 567 mortos, mais 175 que no período anterior, números que preocupam as autoridades angolanas.