População na Huíla manifesta-se contra o governador local e o vice para Área Técnica e Infraestruturas
Moradores dos bairros Kwaua, Mutundo e Nambambi, município do Lubango, província da Huíla, marcharam neste sábado, 21, para exigir melhorias na distribuição de energia eléctrica, revestimento no tapete asfáltico acusando o governador provincial da Huíla, Nuno Mahapi Dala e o seu vice para Área Técnica e Infra-estruturas, Hélio de Almeida, bem como o administrador municipal do Lubango, Lisender André, de estarem envolvidos em desvios de fundos públicos.
Por: Laurentino Tchatuvela (Huíla)
A marcha foi encabeçada pelo ex-administrador do bairro Kwaua, Francisco Jaime, exonerado dois dias antes, ou seja, na quinta-feira 19.
De acordo com Francisco Jaime, também coordenador dos manifestantes, há muito tempo que os dirigentes na Huíla prometeram reabilitar o troço que liga Bate-chapa ao bairro Kwaua, numa extensão de cinco quilómetros e meio, mas, até a presente data, nada foi feito.
Igualmente, o manifestante aponta o administrador municipal do Lubango, Lisender André e o vice-governador para a Área Técnica e Infra-estruturas, Hélio de Almeida, como “enganadores da população”.
"Antes do mês de Junho dirigiram-se ao bairro Kwaua, às 20 horas, com o intuito de ludibriar a população, garantindo fornecer energia eléctrica com qualidade a todas zonas daquela circunscrição, mas até ao momento não há resultado", descreveu Francisco Jaime.
Outra preocupação tem a ver com o posto de saúde; Jaime realçou que, com dois milhões de kwanzas, seria possível colmatar o défice existente, desde a reabilitação do posto de saúde, alocação de medicamentos, entre outros, tendo considerado que os respectivos dirigentes nada dizem a respeito do assunto.
“Em 2014 uma ONG reabilitou a escola do Kwaua, e disponibilizou 14 quartos de banho. Actualmente, mais de 6 mil crianças que ali estudam, incluindo professores, fazem as necessidades ao ar livre, por falta de um tanque para armazenar água, srá que essa situação não é preocupação para um governo municipal ou provincial?", questionou.
O coordenador dos manifestantes afirmou que os dirigentes da província da Huíla, continuam a desviar medicamentos para locais incertos, enquanto os hospitais públicos estão sem fármacos.
Precisou que a reivindicação visa também exigir, e alertar o governo da Huíla, no sentido de reabilitar o posto de saúde, assim como melhorar a energia eléctrica na zona 13 do bairro Kwaua.
Segundo Francisco Jaime, os três dirigentes mencionados devem ser exonerados por falta de competência.
“Dentro de poucos dias, caso não se resolvam estas preocupações que apoquentam à população, vamos regressar de novo às ruas para nova manifestação”, prometeu.
Denunciou, igualmente, que Nuno Mahapi Dala está a enganar o titular do Poder Executivo, João Lourenço, com falsos relatórios, ressaltando que onde a população solicitou tapete asfáltico, infelizmente, apenas foi feita uma terraplenagem paliativa, que já está em péssimas condições.
Segundo ele, "neste momento há muita poeira, situação que está a causar várias doenças entre os cidadãos, como gripe, tosse, tuberculose, entre outras do foro respiratório, o que é um atentado à saúde pública", apontou.
Vale lembrar que os manifestantes percorreram uma distância de 8 quilómetros, começando na administração do bairro Kwaua até à rotunda do bairro João de Almeida.