As candidaturas para a renovação de mandatos na JMPLA, braço juvenil do MPLA, partido no poder, estão a ser marcadas por actos inéditos: a impugnação de uma das candidaturas e acusação de corrupção de um dos candidatos para desistir do pleito e apoiar outro candidato.

Por: Telson Mateus

Estão lançadas as bases para que o próximo 1° secretário da JMPLA saía de um pleito contestado.

Segundo apurou o NA MIRA DO CRIME Mário Edgar Jorge Aragão, candidato à liderança da JMPLA, escreveu à semana finda, ao presidente do MPLA, João Lourenço, denunciando a existência de irregularidades num processo que se esperava estar a decorrer nos marcos da lisura e transparência como orientam a directiva n.° 07/2024.

No documento enviado com cópias à outras entidades e estruturas do partido no poder, entre elas, a vice-presidente e o secretário-geral bem como a secretaria de quadros do Comité Central, levou a que essa semana, aquilo que se pensava ser apenas especulação acabasse por dar azo a acusações de corrupção.

Esta semana, o mesmo militante que denunciou as irregularidades, contra o candidato Justino Capapinha, por sinal, delfim do actual 1° secretário da JMPLA, Crispiniano dos Santos, a quem se pretende deixar o cargo, alegadamente recusou uma viatura top de gama das mãos de alguns intermediários do secretário-geral, Paulo Pombolo, para desistir da corrida e apoiar o candidato denunciado.

Do teor da denúncia enviada ao presidente do MPLA, o realce recai para o facto de Justino Capapinha pertencer a subcomissão de candidaturas da Comissão Nacional situação que o coloca inelegível ao cargo que pretende concorrer.

Segundo denúncias que chegaram à esfera pública, os intermediários da proposta, supostamente mandatados por Paulo Pombolo, além da viatura top de gama, a proposta vinha acompanhada de outra que dá a possibilidade do candidato Mário Edgar Jorge Aragão, vir a ser brindado com uma futura pasta de secretário para as Relações Internacionais no próximo Secretariado Nacional da JMPLA.

O congresso da JMPLA está marcado para o mês de Novembro. Até ao momento, concorrem seis candidatos: Adilson Hach, Justino Capapinha, Mário Aragão, Mateus Fumani, Lutti Afonso e Manzongani Bunga.

Mário Aragão e Justino Capapinha são considerados os candidatos mais mediáticos, embora vozes da organização tenham revelado surpresa com as posições do candidato Adilson Nach, proveniente do Namibe.

Justino Capapinha conta abertamente com o apoio do 1° Secretário Nacional, Crispiniano dos Santos, e do Secretário-Geral do MPLA, Paulo Pombolo.

Há poucos dias, o 1° Secretário Provincial da JMPLA em Luanda, Ernesto André, convocou uma reunião com todos os primeiros secretários municipais e distritais, afirmando que seria uma preparação para uma outra reunião do Comité Nacional.

Durante a reunião, Ernesto André alterou os tópicos que constavam na convocatória e redireccionou os participantes para acompanhar a entrega do processo de formalização da candidatura de Justino Capapinha, com o fito de fazer crer que Justino Capapinha era o homem “ideal” para a organização.

Importa referir que, segundo alguns entendidos na hostes dos Camaradas, espera-se que o IX Congresso Ordinário da JMPLA seja diferente do anterior, onde os delegados optaram em votar em Crispiniano dos Santos, que era o candidato menos preparado, do que em Domingos Betico, favorito da Vice-Presidente Luzia Damião.

Essa situação levou os delegados a fazerem um braço de ferro com a direcção deixando patente que não pretendiam favorecer a direcção do partido.