BD tem dias contados para definir sua sobrevivência
O Bloco Democrático (BD), partido liderado por Filomeno Vieira Lopes, não tem muito tempo para se definir se pretende continuar na vida política activa ou afundar-se, decidindo concorrer sozinho nas eleições de 2017
Por: Mara Márcia
De acordo com a Lei dos Partidos Políticos, estes extinguem-se por vontade dos respectivos filiados. Esta lei estabelece, dentre outras condições, que há lugar à extinção de partido político por decisão do Tribunal Constitucional quando: “se o partido político não participar, por duas vezes consecutivas, isoladamente ou em coligação, em qualquer eleição”. Há outras condições, mas esta afigura-se fundamental, porque é a que “tem deixado cair” muitas formações políticas.
Neste pressuposto, o BD não está bem, porque já não concorreu nas eleições de 2022; pelo que se não concorrer em 2027, automaticamente, vai ser extinto. Ciente do risco que corre, esta força política está a desenhar uma estratégia tendente a contornar todos os perigos e concorrer sozinha ou acoplada.
Em 2012, não concorreu sozinha, porque não foi capaz de reunir a documentação necessária para participar das eleições, de acordo com o Tribunal Constitucional. Já nas eleições de 2017, teve que se aliar à coligação CASA-CE, por via da qual teve a primeira representação parlamentar.
Nas eleições de 2022, o BD caiu na complacência da UNITA de Adalberto Costa Júnior, do projecto PRA-JÁ de Abel Chivukuvuku e de alguns membros da sociedade civil para se firmar durante cinco anos e manter acesa a esperança de um dia concorrer sozinha.
Alguma palha neste sentido está a ser mexida, com a sugestão de se coligar com a UNITA, uma ideia, para já, contestada nos círculos do maior partido na oposição, pois tal sugestão implicaria mudanças de símbolos partidários, considerados internamente “uma marca”.
Aparentemente frouxo, o BD suspeita não conseguir reunir a documentação necessária para concorrer sozinho. Num jogo de tudo ou nada, Filomeno Vieira Lopes e pares aguardam por tudo o que virá a ser o PRA-JA, para achar a possibilidade de vir a impuser uma coligação e, deste modo, manter a sua identidade. Só que, mais uma vez, ficará gravado nos anais da história política angolana, a incapacidade do BD de concorrer sozinho às eleições gerais.
Embora apregoe a sua expansão à escala nacional, diga-se, a bono da verdade, esta formação política não tem os pés bem assentes; pelo que; fará tudo o que for necessário para se manter vivo.