Nota Positiva: Digitais do Comissário-chefe Paulo Bendje no combate cerrado a mineração de criptomoedas e outros activos virtuais
Na direcção do Serviço de Investigação Criminal (SIC), desde Junho de 2022, até o mês corrente em que foi exonerado pelo Comandante-em-Chefe das Forças Armadas Angolanas (FAA), João Lourenço, o Na Mira do Crime acompanhou variadíssimas operações do SIC-Geral no combate a mineração de criptomoedas em Angola, liderados pelo Comissário-chefe de Investigação Criminal, António Paulo Bendje, mesmo antes da sua criminalização, mostrando-se sempre activos no combate cerrado contra este crime que lesa (va) milhares de dólares e kwanzas aos cofres do Estado.
Por: Ngunza Chipenda
O Na Mira do Crime vai aqui apresentar algumas destas investidas, onde foram visados principalmente cidadãos chineses, que teimam (vam) enveredar por esta prática, e sempre tiveram às operações do SIC no seu encalço, mesmo escondendo-se em paredes de empresas de fachadas.
No Moxico, por exemplo, recentemente, o SIC, ainda sob responsabilidade de Paulo Bendje, em coordenação com a Polícia Nacional, detiveram quatro cidadãos de nacionalidade chinesa, pela prática do crime de furto de 1.800 kAV de energia eléctrica.
O furto decorreu aproximadamente dois anos, sendo que a energia furtada servia para mineração de criptomoedas, e foram apreendidas várias máquinas de produção de cripto.
Com este furto, o Estado perdia 3 milhões de kwanzas por mês, e em caso de ligação domiciliar, a energia beneficiaria mas de 500 casas.
Estaleiros desmantelados em Viana e Belas
O Serviço de Investigação Criminal, em Abril do ano corrente, ainda sob responsabilidade de Paulo Bendje, através das suas Direcções Nacionais de Combate aos Crimes Financeiros e Fiscais e de Combate aos Crimes Informáticos, em sede de uma denúncia que dava conta da existência de locais de mineração ilegal de criptomoedas, gizou um conjunto de micro operações em sede de uma investigação aturada, que resultou no desmantelamento de dois estaleiros, destes, um situado no município de Viana, na localidade dos Mulenvos de baixo, que realizavam actividade encoberta de fabrico de blocos de cimento e um outro situado no município de Belas, na via Expressa, onde realizavam actividade de transformação de materiais ferrosos, tendo sido detidos seis cidadãos de nacionalidade chinesa, com idades entre 26 e 50 anos de idade, acusados nos crimes de mineração ilícita de criptomoedas e associação criminosa.
O SIC, após aprovada a lei que criminaliza a actividade de mineração de criptomoedas, intensificou as suas acções operativas no combate a esse fenómeno, tendo apurado, nestes dois casos, que os implicados, para consumação das suas acções, instalaram dois postes de transformação de energia eléctrica (PTs), ligados a uma rede pública de distribuição aos consumidores daquelas localidades, onde com meios próprios procediam o manuseio destes materiais, interligados em pavilhões com um sistema de refrigeração das mineradoras de bitcoin, com um alto consumo de energia eléctrica, para produção ou mineração de criptomoedas.
Durante a operação acompanhada pelo Na Mira, foram apreendidas as duas instalações, todos materiais utilizados nesta actividade, passaportes e telefones digitais, sendo que os cidadãos detidos foram presentes ao Ministério Público e na sequência ao Juiz de Garantias para ulteriores trâmites processuais.
Mais de mil máquinas apreendidas
O SIC, ainda no combate deste crime, através das suas Direcções Nacionais de Combate aos Crimes Financeiros e Fiscais, Combate ao Crime Organizado, Combate aos Crimes Informáticos em coordenação operativa com a Polícia Nacional e a ENDE, no seguimento de um trabalho aturado de investigação criminal, em Fevereiro de 2023, detiveram, no município de Cacuaco, bairro Cerâmica II, no interior de uma fazenda agro-pecuária, três cidadãos de nacionalidade vietnamita, com idades entre 35 e 47 anos, por factos que constituem os crimes de furto de energia eléctrica, exercício ilegal de actividade económica, associação criminosa e fortes indícios de Branqueamento de Capitais.
Dos trabalhos preliminares apurados pelo SIC, dava conta que, para consumação das suas acções, os acusados arrendaram uma fazenda, para ocultar a mineração de criptomoedas e, para o efeito, adquiriram dois postes de transformação de energia eléctrica, que ligados a uma rede pública de distribuição aos consumidores daquela localidade, e com meios próprios, procediam o manuseio destes materiais, interligados em dois pavilhões.
Efectuavam as instalações em processadores de alta potência e computadores com programas instalados, onde realizavam e controlavam a actividade de mineração.
Durante a operação, sempre acompanhados pelo Na Mira, foram apreendidos um total de 1.192 mineradores, dois postes de transformação de energia eléctrica, diversos cabos eléctricos de média tensão e dois computadores de mesa, entre outros meios informáticos e material eléctrico.
Maior desmantelamento de mineração da criptomoeda do país, acompanhado milimetricamente pelo Na Mira do Crime
Em Dezembro de 2023, o Serviço de Investigação Criminal, através de um trabalho aturado de investigação criminal, no município de Viana, Distrito Urbano do Kikuxe, bairro Luanda Sul, no interior de uma Oficina Auto e numa fábrica de Blocos, deteve quatro cidadãos de nacionalidade chinesa, com idades entre 31 e 52 anos, por fortes indícios da prática dos crimes de branqueamento de capitais, furto de energia eléctrica, exercício ilícito de actividade económica e associação criminosa.
Nesta operação, a maior do país, O SIC apurou que, os implicados, para consumação das suas acções, aproveitaram-se da actividade da Oficina Auto para, de forma oculta, atrás da Oficina, realizarem a actividade de mineração de criptomoedas.
Para o efeito, instalaram dois postes de transformação de energia eléctrica (PTs), ligados a uma rede pública de distribuição aos consumidores daquela localidade, e com meios próprios procediam o manuseio destes materiais, interligados em cinco pavilhões, com alto consumo de energia eléctrica, onde efectuavam instalações do sistema de refrigeração dos milhares de processadores de mineração de criptomoedas.
Durante a operação, foram apreendidos mediante cumprimento de um mandado de Revista, Busca e Apreensão, todos materiais utilizados nesta actividade, bem o valor de aproximado de Akz 5. Milhões.
Criptomoedas em Catete
Dias antes, (08 de Dezembro) ainda em Dezembro de 2023, no município de Icolo e Bengo, O Serviço de Investigação Criminal deteve, em flagrante delito, na localidade de Botomona, no interior de um estaleiro de uma empresa, três cidadãos de nacionalidade chinesa, com idades entre 30 e 34 anos, destes, dois engenheiros informáticos e um tradutor, por fortes indícios da prática dos crimes de branqueamento de capitais, furto de energia eléctrica, exercício ilícito de actividade económica e associação criminosa.
O SIC apurou que os implicados para consumação das suas acções, aproveitaram-se da actividade de uma empresa de prestação de serviços, de montagem de torres de Alta Tensão, para de forma oculta realizarem actividade de mineração de criptomoedas.
Para o efeito, instalaram três postos de transformação de energia eléctrica (PTs), que ligados a uma rede pública de distribuição aos consumidores, com meios próprios procediam o manuseio destes materiais, interligados em dois pavilhões, com alto consumo de energia eléctrica, onde efectuavam instalações do sistema de refrigeração dos milhares de processadores de mineração de criptomoedas.
Durante a operação, foram apreendidos mediante cumprimento de um mandado de Revista, Busca e Apreensão, todos materiais utilizados nesta actividade.
Oficina auto de mineração de criptomoedas
Em Janeiro do ano em curso, o Serviço de Investigação Criminal, deteve, isto no dia 19 de Janeiro, numa oficina auto, localizada na Via Expressa, junto ao viaduto da Camama, mediante mandado de detenção, três cidadãos chineses de 26, 36 e 53 anos de idade.
Os detidos estavam envolvidos nos crimes de Associação Criminosa, branqueamento de capitais, Retenção de moeda, Tráfico, detenção de armas e munições proibidas e furto de energia, consubstanciado na exploração de uma oficina auto, onde tinham de forma dissimulada um centro de mineração de criptomoedas.
O SIC apurou ainda que os implicados, para consumação das suas acções, aproveitaram-se da actividade legalizada de Oficina Auto para de forma oculta realizarem a actividade de mineração de criptomoedas e, para o efeito, instalaram um posto de transformação de energia eléctrica (PT), ligado a uma rede pública de distribuição aos consumidores daquela localidade, e com meios próprios procediam o manuseio destes materiais, interligados em três pavilhões, com alto consumo de energia eléctrica, onde efectuavam instalações do sistema de refrigeração dos milhares de processadores de mineração de criptomoedas.
Durante a operação, foram apreendidos, mediante cumprimento de um mandado de Revista, Busca e Apreensão, duas armas de fogo do tipo Pistola, de marca Glock, 100 munições, valores monetários de 70 milhões de kwanzas, 8 mil dólares, e todos materiais utilizados nesta actividade.
Mineração de criptomoeada na Vida Pacífica
A 06 de Outubro do ano em curso, o SIC, mediante uma denúncia que dava conta da existência de dois apartamentos arrendados na Centralidade Vida Pacífica, Distrito Urbano do Zango, deteve, em flagrante delito, um cidadão de nacionalidade Chinesa, de 30 anos de idade, engenheiro informático, por factos constitutivos do crime de mineração de criptomoedas e outros activos virtuais, entre outros crimes conexos e falsificação de documentos.
O SIC, no seguimento das investigações a volta deste caso, apurou, preliminarmente, que o implicado é reincidente nestas práticas, sendo que foi o principal engenheiro na montagem dos equipamentos e operacionalização de duas grandes mineradoras de criptomoedas desmanteladas nas províncias do Huambo e Bengo, tendo arrendado dois apartamentos em blocos distintos na referida centralidade, fazendo recurso a documentos falsos para formalização de contratos de arrendamentos, constando identidades falsas.
Nos dois espaços desmantelados, o SIC flagrou sistemas montados com processadores de mineração de criptomoedas, interligados num computador e na alimentação de energia eléctrica, com alto consumo, provocando assim enorme aquecimento nestes locais, com fortes riscos de incêndio, devido as condições de acomodação dos equipamentos.
Nesta operação, foram apreendidas toda estrutura tecnológica, avaliada em mais de 500 mil dólares.
Mineração de criptomoedas no Cuanza Sul
Em Setembro do ano em curso, o SIC, em coordenação com a Polícia Nacional, na Província do Cuanza-Sul, desmantelaram nos dias 27 e 28 de Setembro de 2024, no bairro Coma-Seles, uma rede de criminosos, composto por 19 elementos, dos quais três de nacionalidade chinesa, com idades entre os 29 e 57 anos, por indícios da prática do crime de exploração ilícita de minerais estratégicos e de criptomoedas.
Os suspeitos foram detidos através de denúncias e por meio de um serviço operativo aturado, realizado nos municípios do Sumbe, Porto-Amboim, Amboim e Quibala.
Nesta operação, foi possível apreender 2.634 toneladas de quartzo, duas máquinas, sendo uma retroescavadora e uma outra pá-carregadeira, assim como duas viaturas, uma de marca Mitsubishi e outra Toyota modelo Hilux, cinco marretas, três picaretas, um ancinho, 14 viaturas pesadas utilizadas para a transportação do mineral que tinha como destino a capital do País (Luanda), sem os competentes títulos de prospecção que antecede o título de exploração, sete naves de criptomoedas, 14 PTs e cabos eléctricos.
Na Catumbela
Em Benguela, ainda no ano em curso, o Serviço de Investigação Criminal, no seguimento de uma denúncia de furto de energia eléctrica, procedeu a apreensão de vários equipamentos e componentes de energia eléctrica, bem como materiais informáticos de mineração de moeda digital, no interior de uma fábrica, localizada no Zona do Polo de Desenvolvimento Industrial da Catumbela.
Igualmente, foram encontrados e detidos em flagrante delito, dois cidadãos de nacionalidade chinesa, de 28 e 43 anos de idade, a proceder a montagem dos respectivos equipamentos de mineração.
Ainda na cidade de Benguela, o Serviço de Investigação Criminal, no âmbito do combate a criminalidade organizada, procedeu o desmantelamento de uma rede composta por seis cidadãos de nacionalidade chinesa, com idades entre 34 e 44 anos, que procediam a mineração de Cciptomoedas.
Por forma a escapar a fiscalização das instituições financeiras e de direito, o processo era feito no interior de uma fábrica, vocacionada em materiais de construção civil, ferragens e equipamentos, que servia como esconderijo.
Estes são apenas alguns casos dos vários intervencionados pelo SIC e entregues ao Ministério Público para ulteriores procedimentos. Porém espanta que, em nenhum destes casos, o Ministério Público tenha levado os envolvidos à barra do tribunal, esgotando o esforço do SIC nesta luta árdua e contínua.