José Calengi perde-se na contagem da população e INE estica Censo 2024 até Dezembro
O Instituto Nacional de Estatística (INE), dirigido por José Calengi, está prestes a colocar o País na lista cinzenta dos organismos internacionais. Em causa está o facto deste responsável não ter conseguido dirigir o processo do Censo 2024, mesmo depois de já ter prorrogado o prazo para 60 dias.
Por: Telson Mateus
Segundo apurou o NA MIRA DO CRIME, a Organização das Nações Unidas (ONU), através do Fundo das Nações Unidas para a População (FNUAP), com escritório em Angola, pode não reconhecer o censo angolano, cujo processo de recenseamento geral da população e habitação começou a 19 de Setembro.
Inicialmente previsto para 30 dias e posteriormente prorrogado para 60, o Instituto Nacional de Estatística (INE), faz vistas grossas e ouvidos de mercador às reclamações dos angolanos em relação a um processo que está a andar de mal a pior.
Marcado por constrangimentos mil e protestos de técnicos censitários que acusam a direcção liderada por José Calengi de não colocar à sua disposição as condições necessárias para uma operação tão importante como a que está em curso.
"A única coisa que posso dizer é que esse senhor é um grande aldrabão e não sabe dirigir este sector tão importante para a vida e as políticas públicas do País", acusou, Paulino Dala, um agente censitário.
Aquando da primeira prorrogação, o director do INE, José Calengi afirmou que o alargamento do prazo de recolha de dados censitário não afectaria a credibilidade internacional sobre o processo da contagem da população, situação que não se pode voltar a colocar agora, quando vem dizer que o órgão que dirige vai continuar com o processo de recolha de dados da população, no formato de respescagem, até a segunda quinzena de Dezembro, para assegurar que nenhuma área fique de fora do processo.
Ora, sendo leigos na matéria, a necessidade da prorrogação do prazo do Censo foi, de facto, no sentido de que ninguém pudesse ficar de fora da contagem, mas ao que tudo indica, nem mesmo essa situação deu tempo aos agentes censitários que estão a trabalhar com fome e sem dinheiro de táxi para contarem devidamente a população.
Partindo do princípio de que 'saco vazio não fica em pé', não há sombras de dúvidas de que o fiasco do INE deveu-se a fraca mobilização da sociedade e a má planificação dos timmings de um processo que deveria ser imaculado, sério e colocado em mãos de pessoas sérias.
A conclusão de recolha massiva de dados do Censo Geral da População e Habitação terminou esta terça-feira, 19, mas os trabalhos do censo, na explicação do responsável máximo do INE, deverão continuar com a realização da respescagem de dados e questionamentos via telefone até 20 de Dezembro próximo.
Sabendo das dificuldades de comunicação que temos, se batendo porta a porta e casa a casa não foi possível contar bem as pessoas será que por telefone vai dar certo?
É importante não nos esquecermos que temos muitos casos de burlas nas redes sociais e via telefónica, factos que podem inibir os cidadãos a darem os seus dados pessoais a terceiros, principalmente, por telefone.
Embora José Calengi tenha assegurado que mais de 77 por cento da população do País foi registada durante os dois meses de Censo, a lista das províncias com taxa de cobertura mais elevada inclui Lunda-Norte, Benguela, Cabinda, Moxico e Kwanza–Sul.
Entretanto, embora tenha reconhecido os desafios enfrentados pelos recenseadores na recolha de dados da população, o responsável do INE, atirou ao culpa da sua falha aos cidadãos que não foram devidamente sensibilizados acusando que houve muita resistência da parte destes em cederem informações e muitos agregados estavam ausentes das suas residências, como se os cidadãos eram obrigados a faltar ao serviço para esperar um recenseador que não tinha comida nem táxi para ir a sua casa.
"Houve condomínios que não abriram as portas aos agentes de campo", acusou, garantindo que, por estes factos, há ainda trabalhos para concluir em muitas zonas urbanas do País.
Daí, a necessidade de dar continuidade à análise dos dados já recolhidos e intensificar os esforços para atingir as áreas pendentes.
"Estamos comprometidos em concluir o Censo dentro do período censitário, para isso, precisamos da colaboração dos cidadãos", disse o director do INE.
O INE assegura que apesar dos constrangimentos iniciais, 112 comunas concluíram o processo de recolha de dados.
Em Luanda, este portal sabe que o município do Cazenga foi o primeiro a terminar o processo de recenseamento. Inicialmente o processo estava previsto para 30 dias, isto é, de 19 de Setembro a 19 de Outubro, mas o prazo foi prorrogado para 19 de Novembro. Volvidos 60 dias, Segundo o INE, o processo de recolha está previsto para concluir em 20 de Dezembro.