Nota Positiva: Henrique Miguel "Riquinho" o homem que deve ser reconhecido pelos seus feitos na Cultura e no Desporto
Henrique Miguel ou simplesmente "Riquinho", como é também conhecido nas lides culturais e desportivas é um nome que dispensa apresentações no show bizz angolano.
Por: Telson Mateus
O também "empresário do povo", como se auto-denominou, está a atravessar uma fase má da sua vida, enquanto homem que emprestou o seu saber, "know how" e a sua criatividade para brindar aos angolanos dos mais variados quadrantes da nossa sociedade, por via da Casa Blanca, a sua empresa, com espectáculos de música inéditos e também de eventos desportivos de orgulhar o País.
Segundo apurou o NA MIRA DO CRIME, a sua travessia no deserto, chegando ao ponto de ser marginalizado e combatido até a exaustão, prende-se com o facto de o "empresário do povo" cobrar uma alegada 'dívida milionária' que o MPLA, enquanto partido que sustenta o governo, ter contraído com a solicitação de alguns eventos para enaltecer a figura do falecido presidente José Eduardo dos Santos, bem como outros de caris sociais.
Conhecedor dos meandros que limitam a Federação Angolana de Basquetebol (FAB) e com uma vasta experiência na organização e realização de eventos desportivos ligados à área, a sua derrota de forma humilhante durante a disputa pela presidência da FAB, onde nem sequer teve um único voto, demonstra claramente como este homem com vontade de engrandecer aquela que já foi a modalidade que maior alegria deu aos angolanos, está a ser combatido e ostracizado.
Embora os seus detractores não estejam identificados, daí a impossibilidade de acusar este ou aquele ou mesmo apontar o sicrano ou beltrano. Ainda assim, é evidente que Riquinho, um incentivador nato da Selecção Nacional e realizador de eventos desportivos e culturais nunca antes vistos no País, com a proeza de ter sido o primeiro da sua área a trazer para Angola músicos norte-americanos que só eram vistos em vídeo clips.
Daí ter acreditado piamente que tinha a legitimidade para dirigir a Federação Angolana de Basquetebol.
Entretanto, nem as suas motivações que consistiam no resgate das vitórias do basquetebol angolano, como campeonatos africanos, a aposta num treinador nacional, bem como a união da "família" do basquetebol, sem esquecer um prémio que dignifique o vencedor do Unitel Basket deram uma chance a Riquinho para ter sido levado em conta.
Por um lado, a perseguição que este ícone do desporto e da cultura nacional está a viver torna-se cada vez mais preocupante, num País onde cada dia que passa as coisas ficam mais duras para quem não está ligado aos meandros do poder e da militância partidária, da qual ele teria deixado de fazer parte por conta do abandono do seu partido do coração: o glorioso MPLA; Por outro lado, a dívida relacionada ao Afrobasket, que permanece sem pagamento há mais de uma década é visto como a ponta do iceberg de um problema maior, com o olhar impávido e sereno que culminou com o descaso das autoridades angolanas.
Não é em vão se fazermos uma reflexão que o empresário se vê num verdadeiro campo de batalha, onde além da sua integridade, a sua carreira também está em jogo.
Angola está a caminhar para os 50 anos de independência e era bom que os angolanos, sem desprimor de ninguém, fossem tratados com alguma dignidade e reconhecidos, de facto, por tudo o que deram para Angola nesses anos de sofrimento, que ao que tudo indica, falta alguns anos para o quadro se alterar.
Enquanto observadores do que se passa em Angola, não temos dúvidas de que os feitos de Henrique Miguel na cultura e no desporto não têm sido levados em consideração, tanto por um ou outro pelouro.
Com a subida do Presidente João Lourenço, Angola deu sinais de mudança de paradigma, algo que vem se perdendo nos últimos anos.
Por este facto, o apelo que fica é que os angolanos devem ser reconhecidos pelos seus feitos, sem importar a cor da sua camisola partidária, o seu credo religioso e até mesmo o seu grau de parentesco, algo que ficou desvirtuado na luta do combate à corrupção, nepotismo, compadrio e outras práticas apontadas pelo Presidente João Lourenço como 'cavalo de batalha' da sua governação.