Aumento salarial – Deputados da UNITA instam Executivo a partilhar com os cidadãos dificuldades reais de tesouraria
Na sequência do anúncio feito por um dos auxiliares do Titular do Poder Executivo, segundo o qual o Presidente da República já não vai executar, neste mês de Janeiro, o aumento de 25% do salário dos trabalhadores da Função Pública, que todos esperavam, o Grupo Parlamentar da UNITA exorta o Titular do Poder Executivo a ser transparente com os trabalhadores e a sociedade, sem receio de partilhar com os cidadãos as dificuldades reais de tesouraria que o Executivo enfrenta.
Por: Lito Dias
Em uma nota distribuída à imprensa, na tarde deste domingo, 05, o GPU lembra que o aumento acordado entre o Governo e os sindicatos já foi aprovado pela Assembleia Nacional, em sede da Lei do Orçamento Geral do Estado para 2025, a 12 de Dezembro de 2024.
“Não há, portanto, na Assembleia Nacional, absolutamente nada pendente que condicione a execução do Orçamento Geral do Estado para 2025”, sublinha.
Este quadro, para o GPU, é revelador da crise de gestão de tesouraria que o país vive, já considerada por especialistas como uma “falência técnica do Estado angolano, o que tem levado o Presidente da República a recorrer permanentemente a empréstimos no exterior e no País”.
“Estamos em 2025 e a Administração do Estado está em pleno funcionamento, o Presidente da República está em funções, os contratos estão a ser firmados, os ministros estão a viajar e os governantes estão a gastar dinheiro público, executando o mesmo orçamento já aprovado pela Assembleia Nacional”, lê-se na nota.
As centrais sindicais vieram a público informar que a posição mandada anunciar pelo Senhor Presidente da República não teve o acordo dos sindicatos e constitui, portanto, uma violação ao Acordo rubricado a 28 de Maio de 2024.
Outra preocupação manifestada pelo Sindicato dos Médicos, sobre a falta de verbas de funcionamento dos hospitais públicos nos últimos 08 meses, o que agrava a já débil assistência médica e medicamentosa, tendo como consequência imediata o aumento de mortes nos hospitais onde falta tudo.
Nesta senda, o GPU exorta a Senhora Ministra das Finanças e a Senhora Ministra da Saúde a agirem com transparência, prestando publicamente os esclarecimentos devidos, evitando que mais vidas se percam.
Alerta a sociedade para os perigos que as políticas do despesismo, da insustentabilidade das finanças públicas e da inversão de prioridades representam para a estabilidade económica e social do País e reitera a sua total disponibilidade para facilitar um diálogo construtivo que salvaguarde o pagamento do aumento de 25% já acordado com os trabalhadores em Maio de 2024.