Ajuste salarial na função pública: Governo recua e chama sindicatos para sentar
O Governo depois de ter decidido, de forma unilateral, adiar a implementação do ajuste salarial da função para Março de 2025, ao contrário de Janeiro, data acordada com as centrais sindicais, resolveu chamar hoje as centrais sindicais para analisar a situação que gerou uma onde de descontentamento em todo País.
Por: Telson Mateus
Em nota a que o NA MIRA DO CRIME teve acesso, a ministra da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social (MAPTSS), convocou os seus parceiros sociais para um encontro de trabalho, na tarde desta terça-feira, 07 de Janeiro, no auditório do 3.° andar do edifício sede daquele departamento ministerial.
De acordo com a agenda de trabalhos em anexo, a reunião terá apenas dois pontos essenciais, nomeadamente, o "ponto de situação sobre o aumento dos salários na função pública e os diversos", lê-se no documento em posse deste portal, assinado pelo secretário de Estado Pedro José Filipe, na ausência da titular da pasta.
Descontentamento generalizado
De referir que várias vozes na sociedade angolana se levantaram contra a decisão inicial de o Governo não atribuir os 25% do ajuste salarial acordado com as centtais sindicais.
Entre as vozes que se manifestaram contra e incrédulas estão as próprias forças sindicais com as quais o MAPTSS se vai reunir daqui a instantes. Por este facto, reuniram-se esta segunda-feira, 06, para analisar o anúncio feito pelo Governo.
“Não houve qualquer definição para atrasar a implementação do acordo. A posição que está expressa na conferência de imprensa é da competência exclusiva do executivo. Não comunicou aos parceiros, que somos nós, com quem celebrou um acordo, não conversou com ninguém” disse à imprensa o secretário-geral da Central Geral de Sindicatos Independentes e Livres de Angola (CGSILA), visivelmente descontente.
O representante dos trabalhadores advertiu, por isso, que “então cabe ao próprio Executivo assumir as consequências que daí advirem, porque os acordos são para serem cumpridos integralmente, não em parte”.
Por outro lado, a UNITA, por via do seu grupo parlamentar, chegou mesmo a desmentir a inexistência de qualquer pendente na Assembleia Nacional que impossibilite ou inviabilize a atribuição da remuneração complementar aos funcionários públicos.
Aliás, o maior partido na oposição exortou o Presidente da República, João Lourenço, a honrar a palavra dada e a partilhar com os angolanos os reais problemas de tesouraria que o País está a enfrentar.