Muçulmanos da Lunda Norte não são terroristas - Governo
“A nível da província da Lunda-Norte não foram apenas encerradas mesquitas, fechamos tantas igrejas e temos mantido comunicação com os muçulmanos. Agora quando dizem que estamos a chamá-los racistas ou terroristas essas pessoas também deveriam ter um pouco de respeito porque estamos sempre a receber os dirigentes da comunidade muçulmana”, afirmou Esmeralda Machimata.
Segundo a directora do gabinete da Cultura da Luanda-Norte, as autoridades da província “não estão a combater o islão, mas sim a proliferação de igrejas ilegais”, assegurando que “nunca faltou diálogo” com os representantes dos mais de dez mil muçulmanos que residem na Lunda-Norte.
A comunidade islâmica da província da Lunda-Norte pediu sexta-feira a intervenção do Governo Central para a reabertura de dezenas de mesquitas encerradas há mais de sete meses, dizendo-se “discriminados”.
O líder da comunidade, António Muhalia, contou que, desde Fevereiro, os muçulmanos na província não efectuam os cultos pelo facto das autoridades locais terem encerrado todas as mesquitas, no âmbito da Operação Resgate, por exercício ilegal.
Reagindo às declarações do líder muçulmano, a directora da Cultura da Lunda-Norte refutou as acusações, afirmando tratar-se de um “trabalho de casa” e “não de qualquer limitação das acções” dos muçulmanos.
“E em nenhum momento comunicamos às administrações no sentido de estarem a receber as fichas de assinaturas para eles irem recolher as assinaturas”, adiantou, pedindo às igrejas “maior respeito ao trabalho do Governo”.
As administrações municipais, prosseguiu, têm apenas autorização de homologar declarações e não de legalizar igrejas, um processo que é da competência das autoridades centrais.
“Não é verdade que as outras igrejas já foram reabertas, não condiz com a verdade. A nível da província tomou-se uma decisão e estamos a fazer o levantamento e ainda há dias tivemos um encontro com a coordenadora da Operação Resgate e fomos informados que, tão logo o Ministério [da
Cultura] nos dê uma resposta, o processo deve avançar”, explicou.
Esmeralda Machimata fez saber ainda que muitas mesquitas e igrejas cristãs foram encerradas por funcionarem em “locais inapropriados” e “sem qualquer condição de segurança” para os fiéis.