Interior registou mais de 33 mil e 500 crimes de natureza diversa no últimos seis meses
Um total de Trinta e Três Mil e Quinhentos e Dezoito crimes de natureza diversa foram registados nos primeiros seis meses do ano curso, no entanto, menos (-649) Seiscentos e Quarenta e Nove crimes, comparados com o período anterior. informou o ministro do Interior Eugenio Laborinho, durante Conselho Consultivo Alargado daquele órgão ministerial.
Por: Belchior Resende
Ao falar na cerimónia de abertura do Conselho Consultivo Alargado daquele departamento do Executivo explicou que estes crimes motivaram a detenção de 22.694 cidadãos, menos 854 cidadãos, em comparação ao período anterior; “uma redução que, efectivamente, reflecte o aumento dos níveis operacionais e de prontidão das nossas forças, e um relativo acatamento das instruções policiais por parte dos cidadãos”.
Laborinho destacou algumas tipicidades criminais, designadamente os crimes contra o património, que representaram neste mapeamento geral, 59% dos delitos cometidos, seguindo-se os crimes contra as pessoas, com 31% e contra a ordem e tranquilidade públicas, com 10%.
Quanto aos crimes contra pessoas, foram participados 10.274 delitos, menos -2.099 crimes, correspondendo a um decréscimo de 20,4%, destacando-se as ofensas à integridade física, com 5.687 casos, menos -977, homicídios voluntários, com 984, mais 120, e agressões sexuais, com 882, menos 38.
Dos crimes em referência, 2.936 foram praticados por pessoas próximas das vítimas, correspondendo a 29%, e 7.338 por marginais desconhecidos, representando 71%, do total de crimes contra pessoas.
Neste particular, o ministro chamou atenção ao controlo das famílias, porque parte dos crimes de agressão sexual foram cometidos por pessoas próximas das vítimas e em ambiente familiar, “acções que são difíceis de serem prevenidas pelas forças da ordem, por terem sido consumadas em espaços privados, reservados aos membros de um agregado familiar”, observou.
Ministro preocupado com casos de homicídios voluntários
Apesar da redução de crimes, no cômputo geral, o responsável do Intertior, chamou atenção para o aumento de casos de homicídio voluntário, muitos deles praticados com recurso à arma de fogo.
Por esta razão, disse, é importante redobrar as acções de prevenção, “dialogando mais com a população e as famílias, para que juntos possamos salvaguardar o bem mais precioso, a vida das nossas populações, que são a razão do nosso trabalho”.
Ministro pede mais colaboração da População
Para Eugenio Laborinho, a população precisa colaborar mais com as autoridades, porquanto, a segurança pública começa em casa, na escola, no serviço, nas igrejas e nos espaços de lazer.
“Não podemos ser cúmplices de pessoas que fazem mal aos outros. É preciso denunciar e fiscalizar as denúncias que fazemos, para combatermos o crime de forma conjunta. Estamos em Setembro e restam três meses para o termo de 2021, altura em que se verificam os preparativos para a quadra festiva.
Neste sentido, recomendamos aos cidadãos a não movimentar avultadas somas de dinheiro, sem a escolta policial, não guardar altas somas de dinheiro em casa ou nos escritórios, não se fazer acompanhar de dinheiro considerável nos automóveis ou em pastas, para não atraírem os meliantes”, alertou.
Vandalização de bens públicos
O governante disse ainda que muitos acidentes de trânsito ocorrem por falta de iluminação pública, sarjetas no asfalto, ruptura de conduta ou outros danos causados, muitas vezes, por alguns cidadãos, que teimam em destruir as infra-estruturas públicas que o Estado constrói.
“A vandalização dos bens públicos, tais como cabines e cabos eléctricos, postes de energia, sarjeta, condutas de água, tubos e outros equipamentos, causa prejuízos incalculáveis a toda sociedade.vÉ preciso combater energicamente estas práticas, não dando tréguas aos criminosos que, na ânsia do lucro fácil, preferem prejudicar todos nós. Devemos responsabilizar exemplarmente os autores desta nova tipologia de crime, que tem vindo a se registar no país”.
Ministro pede maior proximidade aos órgãos de comunicação social
Eugenio Laborinho pediu aos jornalistas, “parceiros da primeira linha”, que auxiliam na divulgação das acções de prevenção à criminalidade e dos assuntos de segurança pública.
“Pedimos que nos ajudem a sensibilizar os cidadãos sobre os novos crimes que vão sendo perpetrados na sociedade, com recurso às tecnologias de informação e comunicação, tais como as burlas que ocorrem nos ambientes virtuais, desde a venda de produtos que não existem a transferências bancárias, sem a autorização do proprietário, bem como supostos pagamentos de prémios fictícios, etc”.
Registo eleitoral.
“Em 2022, o País irá realizar eleições gerais, prevendo-se para os próximos dias o início do registo eleitoral. Por esta razão, devemos redobrar esforços para a preparação e formação dos nossos efectivos, a fim de assegurarmos eficazmente o pleito eleitoral. Tudo devemos fazer para garantir que o registo eleitoral e as eleições gerais decorram sem sobressaltos, de forma ordeira, exemplar e com tranquilidade.
Portanto, o nosso apelo a todos os actores políticos prende-se com o respeito pelos princípios consagrados na Constituição e na Lei, independentemente da cor e da filiação partidária”.
Promoção dos efectivos
Para o ministro, outro aspecto que tem merecido a atenção do seu pelouro, apesar das dificuldades financeiras, é a promoção gradual dos efectivos, sobretudo os que se encontram com a mesma patente há mais de 10 anos.
“De igual modo, temos vindo a promover os nossos efectivos, no âmbito do processo de reajuste posto-função, porque entendemos que a progressão de carreira é uma das formas para motivar aqueles que dão o seu melhor em prol da segurança pública, sacrificando a si e as suas famílias”, disse, acrescentando que, é importante apostar na qualidade e capacidade do efectivos, dando oportunidade àqueles que estão em melhores condições para ocuparem cargos de comando e chefia, sem esquecer a questão do género, pois, estamos num País em que há mais mulheres do que homens.
Gasosa
Eugenio Laborinho fez saber que o acto de expulsão de efectivos que se realizou recentemente, deve ser entendido como sinal de rigor e exigência de uma organização idónea, que não pactua com comportamentos indecorosos.
“A corrupção ou o fenómeno da “GASOSA”, o peculato, o nepotismo e outras práticas perniciosas devem ser prevenidas e combatidas, não só na Polícia Nacional, mas no seio de todos os órgãos do MININT. Aqui a Inspecção Geral do MININT é chamada para, numa primeira fase, exercer o seu papel didáctico ou de sensibilização e, numa fase posteriormente, instaurar e conduzir processos disciplinares contra os infractores, que podem culminar com a sua demissão”.
No domínio criminal, o ministro do Interior disse que o SIC deve prestar maior atenção aos crimes de homicídio, à criminalidade violenta, aos crimes contra os bens públicos e ao património, assim como aos crimes informáticos, que conheceram um aumento significativo a nível mundial, pelo facto das pessoas utilizarem a internet com mais frequência, devido às exigências da covid-19.
“O SIC deve continuar com o processo de modernização das suas infra-estruturas e equipamentos, bem como capacitar os seus quadros, mormente em matéria de inteligência criminal, visando o combate à criminalidade nas suas mais variadas formas, em cooperação com o DIIP e a Polícia Nacional, no geral”.
“No domínio migratório, o SME deve continuar a contribuir para o processo de atracção de investimento estrangeiro, fazer a boa gestão das nossas fronteiras e dos fluxos migratórios. Deve tornar os seus serviços cada vez mais acessíveis a todos, sem descurar os esforços tendentes à agilização dos processos de emissão de passaportes nacionais e outros actos migratórios, respeitando as restrições impostas pelo Executivo, devido à covid-19”.
No domínio da execução das penas, o ministro entende que o Serviço Penitenciário deve adoptar melhores políticas de ressocialização dos reclusos, de forma a permitir que a reintegração deles na sociedade seja eficaz, para que não voltem a lesar os bens jurídicos fundamentais dos cidadãos e do Estado, optando por um estilo de vida que se coaduna com as leis em vigor no país.
“Aos efectivos do Serviço de Protecção Civil e Bombeiros, pedimos que redobrem o vosso sacrifício nas acções de resposta aos incêndios, calamidades públicas, acidentes, socorro e salvamento, apesar dos parcos meios disponíveis”.
O responsável máximo do Interior, aproveitou a ocasião e expressou os mais profundos sentimentos de pesar às famílias dos concidadãos que perderam a vida nos silos da Cimangola, neste sábado, cujas acções de resgate foram muito difíceis.
MININT E órgãos de Comunicação Social
Laborinho exortou as Direcções de Comunicação Institucional e Imprensa, a todos os níveis, a continuarem a trabalhar para estreitar, cada vez mais, as relações com as redações dos órgãos de comunicação social, para que tenham, em primeira mão, as informações necessárias para, de forma oportuna, levarem ao conhecimento dos cidadãos. Para terminar, o governante apelou que haja maior harmonia, irmandade, camaradagem e interacção entre todos os efectivos do MININT
o Conselho Consultivo Alargado do Ministério do Interior foi aberto esta terça-feira, 21, e está a discutir assuntos ligados à segurança pública.