Frente Patriótica Unida: UNITA ‘engole’ Bloco de Justino e PRA—JA de Abel
Como era de esperar, e como foi reiteradamente dito, a Frente Patriótica Unida para Alternância é liderada pela UNITA, devendo os seus integrantes sujeitarem—se aos símbolos do maior partido na oposição.
Por: Lito Dias
Hoje, terça-feira, 05, quebrou—se o tabu sobre como vai funcionar a aludida Frente, liderada por Adalberto Costa Júnior. É que, com a sua entrada em cena, praticamente cessam as nomenclaturas de Bloco Democrático e de PRA—JA Servir Angola, e tudo passa a chamar—se UNITA.
Ainda que se pretender chamar Frente Patriótica Unida, o facto de todos seus componentes fazerem campanha eleitoral a favor da UNITA deixa a ideia de que está terá 'engolido' o BD e o PRA—JA Servir Angola.
Aliás, quem quiser fazer parte desta frente, venha donde vier, seja de que ideologia for, terá de se sujeitar à liderança de Adalberto Costa Júnior e aos símbolos do partido do Galo Negro.
ACJ, evidentemente, não vai trabalhar sozinho. Ele estará circundado por outras figuras como Abel Epalanga Chivukuvuku, Filomeno Vieira Lopes, para além de outras proeminentes figuras políticas.
Para Abel, Chivukuvuku, trata—se de um regresso à casa que o tranformou num político que é hoje. Alguns dos seus pares também, mas para outros será estreita nessa nova forma política que tem como objectivo único ganhar as eleições.
No entanto, para Filomeno Vieira Lopes, é uma metamorfose que o vai lançar para um desafio ingente.
Depois de ter liderado, sem sucesso, com a Frente para a Democracia (FPD) que viria ser extinta nas eleições de 2008, apesar de acomodar os irmãos Vicente Pinto de Andrade e Justino Pinto de Andrade, Filomeno Vieira Lopes negociou com a UNITA o posionamento dos seus quadros na lista de candidatos a deputado, tal como o fez Chivukuvuku.
Nas vestes de líder do Bloco Democrático, a negociação menos polémica consistiu em introduzir os seus membros, ao nível nacional em todas as estruturas da UNITA/Frente Patriótica Unida.
Noutras palavras, em caso de Vitória nas eleições de 2022, os membros do BD poderão fazer parte do próximo governo.
Segundo a nossa fonte, a negociação não foi feita apenas de cedências, já que teve em conta, sobretudo, o posicionamento actual de cada integrante. Ou seja, a UNITA, politicamente, está bem estruturada e com experiência de mais de meio século.
Nessa condição, não podia ceder tanto à pressões "nem do BD que não conseguiu participar nas eleições de 2017, nem do PRA—JA Servir Angola que nem chegou a constituir—se numa comissão instaladora".
Ainda assim, adianta a fonte, no final, prevaleceu o consenso.
"Daqui em diante, estará em marcha o processo de uniformização de alguns procedimentos", revelou, acreditando que alguns membros da sociedade civil procuram também fazer alguns acertos com Frente Patriótica Unida.