No terceiro ano consecutivo, esta tem sido uma marca do governante, que aos finais do ano abandona o seu gabinete para se juntar aos reclusos da Comarca de Viana.

Por Matias Miguel

O Ministro do Interior Eugénio César Laborinho, visitou na manhã de ontem, quinta-feira, 16, a cadeia de Viana, para juntos dos reclusos transmitir um sentimento de esperança.

No encontro que decorreu no pátio daquele estabelecimento penitenciário, o dirigente fez saber que a sua presença no local é sinal de que apesar de estarem privados das suas liberdades o Estado não se esqueceu deles, daí ter levado artigos que, certamente, vai aliviar algumas dificuldades.

Juntamente com os cidadãos em conflito com a lei, passou o dia e almoçou, Laborinho disse que, sempre que uma reclusa entra naquele estabelecimento prisional, na condição de gestante, adoptam uma política que permita a mãe ter uma convivência com o filho, nos três primeiros anos de vida.

“Gostaríamos que este período fosse mais alargado, porque entendemos que a criança tem que estar com a mãe”, mas especialistas dizem que não é recomendável que crianças cresçam em ambiente de reclusão.

“Enquanto cá residirem, implementamos uma creche para melhorar a acomodação, conferimos as melhores condições para que elas (crianças) sintam-se em casa. Este é um dos motivos que nos faz estar presentes aqui, para prestarmos o nosso calor e amor, temos consciência dos muitos desafios no processo de reabilitação”.

Segundo o governante, o seu ministério tem estado a desenvolver políticas que contribuam para que às condições na cadeia sejam cada vez mais adequadas as exigências e modelos internacionais.

“É o nosso propósito que o preso tenha resolvido os elementos essenciais do seu processo de reintegração na sociedade, de modos que rescinda na prática criminal”, observou.

De acordo com o ministro, as profissões de carpintaria, alfaiataria, serralharia, mecânica, agro-pecuária ensinadas naquele estabelecimento, serve para que o recluso saia com algum aprendizado da cadeia

“Está em curso um processo de alfabetização e ensino que nos orgulha, uma vez que muitos entram sem saber ler e escrever e saem alfabetizados, e aprendem uma língua nacional”.

Parlatórios virtuais

No espírito de tornar o preso mais próximo com familiares e amigos, foi introduzido por via das tecnologias de informação e comunicação, os parlatórios virtuais que permitem interagir entre o preso e quem está no exterior da prisão.

Bernardo do Amaral Gourgel, director Nacional dos Serviços Prisionais, durante o seu discurso, agradeceu a presença do ministro naquela unidade penitenciaria.

“O Natal é o ponto mais alto das comemorações dedicado à família, caracterizamos esta acção e gesto do ministro como símbolo de amor ao próximo, perdão e respeito mútuo, e agradecemos por nos prestigiar com a vossa presença transmitindo o sentimento de alento a população penal”.

Eugénio Laborinho esteve ladeado por José Bokinazau, Secretário do Estado do Interior, Manuel Pimentel, Administrador do Município de Viana, João da Costa director Geral dos Serviços de Migração Estrangeiros, Miguel Arcanjo, director Adjunto do SIC.