NOTA POSITIVA: O pluralismo democrático de Archer Mangueira
Os partidos políticos, os governos, entre outros processos que movimentam as sociedades são vistos como “bons” ou “maus”, ou seja, o seu desempenho é considerado “positivo” ou “negativo”, de acordo com a actuação dos seus membros
Por: NA MIRA DO CRIME
Há homens, ou mulheres, que em determinadas circunstâncias, ou mesmo em função do seu contributo, fazem a diferença e, de um momento para o outro, mudam situações, pensamentos e tronam-se símbolos dos seus próximos, das sociedades e das nações.
Às vezes são pequenos gestos, atitudes singelas, palavras afáveis e sinceras que originam as grandes transformações, positivas, em prol do bem-estar de muitos.
O governador da província do Namibe, Archer Mangueira, antigo ministro das Finanças e que também já esteve em outros cargos ao mais alto nível, tal como assessor económico do Presidente José Eduardo dos Santos entre Dezembro de 2001 e Janeiro de 2010, desde que chegou àquela província do litoral sul de Angola, entre uma e outra crítica, que é normal para quem exerce um cargo público, como é o caso de um governador provincial, não podendo agradar a “gregos e troianos” ao mesmo tempo, tem levado a sua “embarcação” por “águas calmas” rumo a “porto seguro”.
O Namibe, nos últimos dias, tem melhorado aos vários níveis, correcções estão a ser efectuadas, os cidadãos sentem as melhorias e Archer Mangueira, que foi um tanto contestado no princípio, aos poucos está a captar as simpatias da população local.
Sendo mais tecnocrata que político, não possuindo o “jogo de cintura”, malabarices e lábia dos ditos políticos, Archer não deixa de ser um dirigente de ampla visão.
Neste período eleitoral, tem “palmilhado” o terreno, interagido com os cidadãos e, como não podia deixar de ser, vai “vendendo” o seu “peixe”, amealhando votos para o seu partido.
É assim que, num comício do MPLA no âmbito das eleições gerais, o também primeiro secretário do partido no poder, surpreendeu tudo e todos ao aparecer trajado com vestes tradicionais daquela região.
Com um pano enrolado na cabeça, em forma de turbante, uma camiseta com as cores partidárias, usava da cintura para baixo, um pano em forma de saia e sandálias tradicionais.
Como se não bastasse, abriu o comício saudando os presentes na língua nacional local, bem como proferiu palavras de ordem e animou a população na mesma língua, ajudado por uma pequena “cábula” a que ia lançando os olhos de quando em vez.
Escusado dizer que, pronunciando bem ou mal as palavras que dizia, entre risos e aplausos, transformou o referido comício numa verdadeira festa da democracia.
Os populares saíram da actividade bem dispostos e a “proeza” do governador, embora nas vestes de dirigente partidário, tornou-se o motivo de todas as conversas.
Com este gesto, Archer Mangueira lembrou um grande homem que já governou várias províncias, incluindo Luanda, Aníbal Rocha, que é lembrado com respeito e carinho pelos cidadãos.
Em Cabinda, também se trajou de acordo com a tradição dos Bakama e participou nos rituais das festas da puberdade. Os bons exemplos são para ser seguidos.
Archer Mangueira merece Nota Positiva, pois, como se tem dito, a democracia precisa de pluralismo, de controvérsia, de crítica, de inteligência informada, para não “morrer na escuridão”.
Como lembrava Churchill, não basta dizer "estamos a fazer o possível"; é preciso fazer tudo o que é necessário!