NOTA NEGATIVA: Chineses ‘avacalham’ angolanos em solo pátrio sob olhar impávido das autoridades
Cidadãos angolanos há muito que andam preocupados com o que tem sido considerado, a diversos níveis, como "invasão nefasta de certos domínios por estrangeiros", principalmente por chineses. As ditas “cidades da China” são bem o exemplo da falta de respeito aos angolanos e atropelo descarado às leis e soberania angolana, ante o consentimento das próprias autoridades, o que /constitui uma Nota Negativa quanto baste, no nosso panorama nacional.
Por: Na Mira do Crime
Os abusos praticados por cidadãos chineses datam desde que os mesmos foram chegando ao país no âmbito dos acordos de cooperação bilateral Angola – China, alegadamente para, depois de alcançada a paz, participar na reconstrução nacional e “ajudar” na recuperação de infra-estruturas e construção de outras.
Porém, junto com a suposta “boa vontade”, trouxeram também uma série de atitudes nefastas, muita ambição, apetência pelo lucro fácil e muito desrespeito pela pessoa do cidadão angolano.
Igualmente, a coberto da dita cooperação, as instituições e/ou empresas chinesas que vieram para Angola, em vez de trabalhar de verdade, imiscuíram-se em todo o tipo de negociatas, misturaram-se e incrementaram actos de corrupção, misturando-se aos maus cidadãos angolanos que rouba(va)m e desgraça(va)m o país, causando um pandemónio sem precedentes nas comunidades angolanas, com destaque para as mais simples e vulneráveis.
Imbuídos de um espírito de superioridade, foram menosprezando os angolanos, como se estes fossem seres inferiores.
Esta situação discriminatória prevalece até aos dias actuais e são claramente perceptíveis nas obras a cargo de chineses e nas suas empresas.
Muito já se descreveu sobre situações sumamente desagradáveis envolvendo chineses a maltratar angolanos; fala-se mesmo em escravatura, o que tem acontecido com um bom número de angolanos, muitos dos quais, aliciados por promessas de sonho, subtraídos às suas famílias, praticamente raptados das suas localidades de origem e residência, geralmente no interior do país, e levados para partes desconhecidas, sobretudo para Luanda, onde são confinados em condições sub-humanas, em regime de reclusão, obrigados a executar trabalhos braçais dos mais duros, sem horas de trabalho definidas, sem pausas para descanso, incluindo fins-de-semana e, como se não bastasse, mal remunerados ou nem isso.
Realce-se que grande parte desses trabalhadores são adolescentes e há mesmo casos de crianças.
São muitas as queixas, as acusações, das vítimas, que têm chegado a público sem que, entretanto, se saiba ao certo que medidas as nossas autoridades têm tomado para contrapor e estancar este mal e impor respeito às leis e soberania nacionais, em prol da dignidade do povo angolano.
Os chineses, sempre com a justificação de estarem a “cumprir ordens superiores” de supostos generais e governantes angolanos, mandam e desmandam, fazem e desfazem, a seu bel-prazer, procedem ao desmatamento desenfreado para obtenção de madeira, que enviam em toros para o seu país, exploram desregradamente inertes, como areia, burgau e pedras, causando a crescente erosão de terras que se assiste actualmente um pouco por todo o país e vai causando o surgimento de ravinas que, em algumas localidades, estão a “engolir” comunidades inteiras.
As empresas chinesas são ainda acusadas pelas populações de não respeitarem nada nem ninguém no que toca à exploração dos referidos produtos.
A sociedade angolana, agastada, alerta para o facto de, hoje por hoje, estar-se a pôr tudo nas mãos dos chineses, enquanto o governo vai descurando algo muito importante como é o acompanhamento e a fiscalização do que fazem realmente as empresas estrangeiras, no caso, chinesas.
Não se pode admitir que uma empresa estrangeira, seja de que nacionalidade for, faça o que lhe der na gana e leve para o seu país coisas que os próprios angolanos nunca beneficiaram.
Hoje levam o mármore e grandes blocos de rocha que podem conter outras matérias-primas e até os animais raros não escapam à cobiça dessas pessoas.
Estão a devastar o nosso mar com os seus arrastões e a dizimar toda a fauna e flora marítima.
O nosso governo vai buscar empréstimos que são pagos conforme o estabelecido nos acordos bilaterais e com os respectivos juros.
Geralmente, é o petróleo que tem servido de moeda de pagamento, então qualquer intervenção de empresas e/ou de cidadãos desses países, que queiram trabalhar em Angola, têm que sujeitar-se às leis nacionais e só operar lá onde o Estado autorize”, referem os cidadãos.
A “invasão nefasta de certos domínios por estrangeiros”, com destaque para os cidadãos chineses, é uma situação gravíssima que acabará por prejudicar drasticamente o futuro do país e, nomeadamente, as gerações vindouras.
Os chineses estão no tráfico de tudo em Angola, mas, embora qualquer país precise e dê boas-vindas aos estrangeiros, quando esses estrangeiros passam a mandar no nosso país, sobretudo quando eles estão mancomunados com dirigentes corruptos, então não são bem-vindos.
Por exemplo, a “cidade da China”, no município de Viana, entre outras, é regida como se fosse um “regime autónomo” paralelo ao regime oficial e não respeita nenhuma autoridade angolana. Recentemente, uma delegação de deputados à Assembleia Nacional que queria visitar o local, foi, sem apelo nem agravo, impedida de lá entrar.
Uma cidadã, identificada por Domingas Barros, que falou ao Na Mira do Crime, estando à procura de emprego, dirigiu-se à referida “cidade da China”, calcorreou as diversas áreas e lojas ali existentes e disse que viveu, num só dia, a pior experiência da sua vida.
Em vez de lhe oferecerem um emprego de limpeza, de balconista, cozinheira, lavadeira ou qualquer coisa parecida, porque necessita muito de trabalhar por estar a passar dificuldades sérias, foi aliciada a trabalhar como “moça de programa” (prostituta) em um casino que funciona ali.
Segundo a cidadã, o dito casino é também um antro de tráfico de drogas e as moças que já andam lá “estão todas dopadas”, disse, explicando que, “as jovens entram, por vontade própria ou aliciadas, depois são ‘iniciadas’ no consumo de substâncias psicotrópicas e acabam por viciar-se e vão ficando ali a vegetar”.
“Os chineses ali são ‘reis’ e os angolanos são apenas seres descartáveis, indivíduos que fazem os trabalhos mais baixos e pesados, sem qualquer protecção e medidas de segurança e ganham uma miséria, mas como necessitam, sujeitam-se às condições que chegam a ser desumanas, ante o escárnio dos chineses”, afirma Domingas.
Na “cidade da China” há situações inacreditáveis como a do “matadouro dos frangos”, onde alguns angolanos, sem meios de protecção, matam os frangos, escaldam-nos em tambores de água a ferver para depená-los e extripar, com as mãos nuas, sem luvas, sem higiene, numa autêntica sujeira, em meio a um cheiro enjoativo e nauseabundo.
O dito “matadouro”, entre outros locais bastante sujos e malcheirosos, é um verdadeiro atentado à saúde pública e, neste momento, pode ser um disseminador de doenças a nível da província de Luanda. Todo cuidado é pouco e as autoridades sanitárias, e as demais, não podem fechar os olhos e os ouvidos, a esta situação, antes que se torne tarde de mais.
Pelo que se tem dito, além da “escravidão” a que são submetidos os trabalhadores angolanos, a “cidade da China” é, sobretudo, a placa giratória de crimes de contrafacção, de tráficos de vária ordem, como as drogas, a moeda, animais e até de órgãos humanos.
Contudo, o local é frequentado por altas individualidades das forças de defesa e segurança e governantes, assim como seus comparsas, que têm ali “interesses obscuros” porque a sua forma de agir, quando ali estão, tem tudo a ver com a dos “gangster’s” de grupos de máfia, como se vê em filmes e não só.
Domingas Barros afirma que, no dia em lá esteve à procura de emprego, viu pelo menos uma dezena de grandes carros, com vidros fumados, parando em algumas lojas, de onde desciam indivíduos angolanos bem vestidos, rodeados por guarda-costas, incluindo algumas mulheres, que se fecharam nos estabelecimentos com os chineses e saíram algum tempo depois com pastas nas mãos e foram-se embora.
A denúncia da cidadã tem sido reiterada por outras pessoas que contam diversos episódios acerca do que se passa na “cidade da China”, para só descrever a de Viana.
Infelizmente, a comunidade chinesa em Angola tem feito muitas tropelias mancomunados com membros das elites do poder, angolanos, sendo um sério perigo para o país e um grande e grave problema de soberania nacional que urge pôr cobro.
Esta Nota Negativa não se esgota por aqui e muito mais há para descrever. Mais desenvolvimento à posteriori!