NOTA NEGATIVA: Laborinho foi infeliz ao afirmar que “a delinquência tende em diminuir” num momento em que ainda “estava quente” o corpo do Superintendente-chefe assassinado por marginais
A Nota desta semana é uma vez mais Negativa e, infelizmente, com gosto fúnebre. A morte do Superintendente-chefe da Polícia Nacional, Manuel Celestino Gonçalves, assassinado por marginais na via pública, não que seja um “caso especial” entre tantos homicídios que acontecem quase que diariamente pelo país, mas é um alerta, mais um, de que a situação é alarmante!
Por: Na Mira do Crime
A morte de um ente querido, de um cidadão, traduz um nível elevado de sofrimento e pesar, é ao mesmo tempo pessoal e social.
A morte envolve certezas, incertezas, dúvidas, receios, expectativas, esperanças e tende a afectar cada pessoa na sua individualidade das mais diversas formas. Já não há paz nem dentro de casa.
O interior da nossa residência devia ser o lugar mais seguro, o espaço onde cada um devia sentir-se em segurança, em paz, com sua família ou mesmo a sós, se for o caso. Contudo, actualmente, na nossa sociedade, o nosso próprio lar já não é o nosso refúgio, o cantinho agradável, onde tudo começa e podemos deixar as preocupações de lado, o lugar onde não devíamos ter medo de viver e sentir.
Agora, tem-se medo até da própria sombra. A delinquência está por todo o lado, não se pode mais andar tranquilo na via pública, todos os sentidos alerta, teme-se que a qualquer instante, em qualquer esquina possa ser assaltado, molestado e morto.
O cidadão é assaltado, feito refém, assassinado, na sua casa, de dia como de noite. O tenebroso estado em que se encontra uma boa parte das comunidades em Angola, sobretudo na região de Luanda, algumas das quais vivem “sitiadas” e/ou submetidas a ambientes de terror, causados por indivíduos ou grupos, vulgo gangues, de delinquentes, que não respeitam nada e ninguém, assaltam, roubam, sequestram, violam mulheres e crianças, matam e impõem a “sua ordem”, a “sua lei”, sem dó nem piedade, tem que merecer uma atenção mais profunda das autoridades.
Tem-se dito, inclusive no exterior, que “os governantes angolanos são bons de boca”, falam muito, sempre cheios de teorias, mas pouco atentos aos “fenómenos” que acontecem no seu meio.
Mesmo quando são alertados, menosprezam, deixam a situação avançar, ou seja, degradar-se, para depois “correr atrás do prejuízo”.
Em relação à ordem e tranquilidade públicas, embora se faça alguma coisa no sentido de manter a sã convivência entre os cidadãos, na sociedade em geral, combatendo a criminalidade e os actos ilícitos, pelo que se tem visto, tais esforços não têm sido suficientes e /ou à altura dos acontecimentos.
As atrocidades, os crimes hediondos e um nível de delinquência elevadíssimo são as notícias mais frequentes dos últimos tempos.
Como já foi aqui referido recentemente, este portal de notícias, Na Mira do Crime, é uma prova factual do que acontece nas diversas comunidades, tanto na capital, Luanda, como nas demais regiões do país.
Os homicídios estão na “ordem do dia”. Todos os dias há relatos de assassinatos, em assaltos a residências ou na via pública, entre irmãos, pais e filhos e vice-versa, entre cônjuges, raptos, cativeiro privado, violações de crianças de tenra idade, de mulheres, incluindo idosas, avôs que violam netas, os jovens deixaram de respeitar os mais velhos, tráfico de seres humanos, entre vários outros crimes e aberrações, têm sido o “pão de cada dia” na sociedade angolana da actualidade.
De um tempo a esta parte, muito se falou em “resgate dos valores morais e cívicos” da sociedade. Ora “resgatar” significa “reaver” algo que se perdeu, pelo que, as autoridades angolanas terão reconhecido que a sociedade, precisamente, os seus núcleos, as famílias, teriam perdido os princípios que sempre caracterizaram os angolanos.
Com a chegada ao país de diversas gentes, oriundas de várias latitudes, tanto de África como do mundo, vieram também muitos hábitos estranhos que se introduziram no “modus vivendis” do cidadão angolano e foram criando estereotipos que degradaram tais princípios.
Mas, é importante perceber que muito do que está a acontecer no país, não é apenas por causa da fome, miséria, desemprego, entre a falta de outras condições de vida.
Tem que se prestar a máxima atenção ao que se passa no interior do nosso país para evitar ilegalidades graves, ou seja, evitar movimentações e comportamentos intoleráveis, concretamente ideias, hábitos e costumes adversos à moralidade e convenções angolanas.
Determinados governos e/ou grupos de indivíduos influentes estão a espalhar pelo mundo espiões em missões de busca de possibilidades de satisfação das suas necessidades em outras sociedades, incluindo em Angola, o que em interacção humana é natural, mas susceptível de reverter a acção sócio-política nacional, o que é bastante preocupante.
Tal fenómeno é uma característica de interesses de grupos estranhos, contra quem é preciso agir com inteligência e resiliência, para evitar que o mesmo possa disseminar-se no seio da população e causar interferências negativas e ideias adversas, que aproveitam principalmente as fracas condições sociais, propícias à alienação e pretensões oportunistas perigosas.
Como maneira de se instalar e conquistar espaço, socialmente, esses elementos estranhos interagem através de aspectos sociais e económicos, aproveitando-se de aspectos em que cidadãos locais e suas comunidades enfrentam consequências resultantes da pobreza e, nas calmas, vão implantando o terror e o caos social, para depois atingirem os seus objectivos.
O ministro do Interior, Eugénio Laborinho, foi infeliz, há dias, quando afirmou que “a delinquência tende em diminuir no país”, num momento em que ainda “estava quente” o corpo do Superintendente-chefe Manuel Celestino Gonçalves “Man Nelas”, de 58 anos de idade, assassinado com um tiro na cabeça, por marginais que pretendiam roubar os seus pertences em plena via pública.
Naquele dia, muitas outras mortes de pacatos cidadãos aconteceram; todos os dias cidadãos morrem “gratuitamente” às mãos de criminosos que pretendem, sobretudo, roubar, causar pânico na sociedade e mostrar que são “superiores às autoridades”.
Já que a situação chegou a este ponto alarmante, com tendência em piorar, cabe ao Governo tomar decisões mais de acordo com a situação.
As Forças Armadas Angolanas (FAA) cujos efectivos passam o dia a sornar nas casernas, devem ser chamadas para garantir a soberania do país, controlar a inviolabilidade do espaço territorial angolano e devolver a paz, a ordem e tranquilidade às populações.
Devem para tal ser um reforço da Polícia Nacional cujo esforço tem-se deparado com cenários por demais ardilosos e bélicos.
Não se vai continuar a perder vidas humanas, importantes para as suas famílias e para a sociedade, da forma como estão a acontecer. “Para situações drásticas, medidas drásticas”!!!