NOTA NEGATIVA: A realidade distorcida do General Furtado
As declarações do general Francisco Pereira Furtado, ministro de Estado e chefe da Casa Militar do Presidente da República, feitas recentemente por ocasião da celebração do 48º aniversário da Independência Nacional a 11 de Novembro, “musculadas”, como tem sido seu hábito, pelo que se pode inferir e pelas repercurssões causadas, acaba por ser a Nota Negativa da semana.
Por: Na Mira do Crime
A vandalização de bens públicos está já num nível inconcebível, assim como a delinquência que grassa por todo país, os assaltos, os roubos e, pior que tudo, os assassinatos que diariamente são relatados, ceifando vidas humanas sem dó nem piedade, o que pressupõe que nisso tudo há uma manipulação devidamente montada, cujos fins ultrapassam, de longe, os propósitos avançados pelo general Furtado.
Francisco Furtado, nas suas declarações, deixa a entender que não está muito preocupado com o que acontece com os pacatos cidadãos que são “abatidos” gratuitamente todos dias, não está preocupado com a estabilidade moral e cívica da sociedade e muito menos com o futuro da juventude cujas frustrações os levam para a delinquência, a prostituição, entre outros.
O general não está preocupado com todo tipo de antros criminosos que se instalaram na sociedade angolana por cidadãos estrangeiros que não se sabe como entram no país e quem autoriza a sua permanência e as actividades a que se dedicam, resultando no tráfico intenso de drogas, de seres e órgãos humanos, no tráfico de prostituição, nos ditos “jogos de azar” e muito mais.
Quem autoriza e como acontece a saída de toneladas de material ferroso, derivados de cobre, alumínio e similares? Como se obtem todo esse material? Não podem ser só os indivíduos que calcorream diariamente as ruas e becos dos bairros apregoando “estamos a comparrar gerradorre strragado, arrca strragada, batarria strragada...” que conseguem as toneladas que depois são enviadas para o exterior. Algo maior anda por trás!
O que é triste em tudo isto, é que as autoridades angolanas têm conhecimento de muitas situações, mas fecham os olhos, fingem desconhecer o que se passa, porque são “generosamente” bem pagos para ignorar e mais, facilitar tais actividades.
Que se deve pôr imediatamente côbro a essas e outras situações lesivas ao Estado angolano, nem se pode questionar. Que as Forças Armadas devem sair à rua para combater tudo isso e fazer-se uma purga profunda e sem contemplações às instituições do Ministério do Interior e outras, começando de cima, há muito tempo que isso devia ter acontecido, até porque muitas denúncias de corrupção, amiguismo, peculato e impunidade vêm de dentro, mas sempre ignoradas o que constitui um sistema já bem “enraízado”!
Aliás, numa outra “Nota Negativa” anterior, em referência ao assassinato na via pública do Superintendente-chefe da Polícia Nacional, Manuel Celestino Gonçalves, o Na Mira do Crime aconselhou o Governo a tomar decisões mais de acordo com a situação, pondo “as Forças Armadas Angolanas (FAA), cujos efectivos passam o dia a sornar nas casernas”, na rua “para garantir a soberania do país, controlar a inviolabilidade do espaço territorial angolano e devolver a paz, a ordem e tranquilidade às populações”.
Contudo, o general Furtado deixou entender que está mais preocupado em defender o regime. Ao aludir que “os culpados da vandalização de bens públicos e derrube de postes de alta tensão estão bem identificados”, classificando-os como “terroristas” e que se vai tomar medidas para os combater, não estava a referir-se ao “crime organizado” que está a ganhar corpo em Angola, apoderando-se dos espaços, implantando os seus metódos de actuação para mergulhar toda a sociedade angolana num enorme caos.
O ministro de Estado estava sim a referir-se aos adversários políticos do regime, a quem em várias ocasiões já acusou de criarem “instabilidade no país incentivando os jovens para cometer tais práticas subversivas”.
Enquanto isso, abalizados analistas consideram que o próprio general falou em “mão invisível” por detrás da destruição de torres de transporte de electricidade de alta tensão em várias regiões do país, incluindo Luanda, então “não se deve perder tempo com ninharias e ir directo ao ponto, porque senão pode ser tarde de mais”.
De facto, os tais actos de destruição e todos os crimes que estão a ser praticados no país têm uma “mão” que não é tão invisível assim, pois os “donos da(s) mão(s)”, ou os seus “testas de ferro” estão no país, muitos travestidos em empresários, são sócios dos membros das eleites do poder, algumas das suas empresas até são “contratadas” pelo Governo.
Tudo o que está a acontecer no país faz parte de um amplo plano que visa desestabilizar o desenvolvimento do país, mas esse plano vem de fora. Basta ver o que está a acontecer em diversos países africanos que se deixaram levar pela “boa vontade” de “amigos”.
Angola faz parte, é membro e dirigente de instituições continentais e regionais, pelo que os governantes angolanos têm o dever de saber o que se passa nesses países, devem saber porque e como acontecem tais fenómenos. Diz-se que “quando a barba do vizinho está a pegar fogo, põe a tua de molho”!
A este propósito, nunca é demais recordar que, determinados governos e/ou grupos de indivíduos influentes estão a espalhar pelo mundo espiões em missões de busca de possibilidades para satisfacção das suas necessidades em outras sociedades, incluindo em Angola, sendo susceptível de reverter a acção sócio-política nacional, o que é bastante preocupante.
Tal fenómeno é uma característica de interesses de grupos estranhos, contra quem é preciso agir com inteligência e firmeza, para evitar que o mesmo possa disseminar no seio da população interferências negativas e ideias adversas, que aproveitam principalmente as fracas condições sociais, propícias à alienação e pretensões oportunistas perigosas.
Nos últimos dias, muçulmanos em Angola têm cada vez mais levantado a voz de forma insultuosa contra as instituições de soberania exigindo a legalização e reconhecimento do Islão no nosso país.
Não sendo novo, o assunto já tem sido motivo de diversas chamadas de atenção ao Governo e demais órgãos de soberania, para o facto de que “o islamismo em Angola tem-se comportado tipo ‘camaleão’, apalpando, pisando leve, passo sim, passo não, mas ganhando terreno e como que, despercebidamente, vai-se implantando na sociedade angolana”.
Dados a que se teve acesso permitem concluir que o “perigo está implantado no interior de Angola, podendo mesmo haver diversos paióis de armamento camuflados nas mesquitas, estabelecimentos comerciais e outras propriedades de indivíduos ou grupos islamizados”.
Igualmente, está na forja a criação de um partido político de cariz islâmico, como tem sido anunciado de um tempo a esta parte, apoiado por empresários da comunidade muçulmana com forte poder económico, entre os quais se destacam consórcios bem conhecidos e implantados no país.
A criação de um partido por tais indivíduos visa criar em Angola uma espécie de “quartel-general islâmico” para tirar vantagens políticas, sociais e económicas, gerando um ambiente de controvérsias que acabará por despoletar conflitos, à semelhança do que tem acontecido em outras sociedades em que o islão tenta controlar e manipular o seu destino, segundo os seus critérios de subjugação de povos.
Segundo análises competentes, na última década o islamismo tem-se expandido em Angola de forma bastante invasiva, abdicando mesmo da subtileza anterior, devido ao facto de, por negligência e/ou conivência das autoridades, haver um ambiente mais favorável aos designíos islamitas.
A população islamita no país é avaliada em, pouco mais ou menos, cerca de um milhão, embora os angolanos nativos, convertidos à religião ou já educados nela, ainda sejam em minoria, comparando-se aos muçulmanos oriundos de países islamizados do Médio Oriente e do Oeste de África, muitos dos quais já naturalizados angolanos e com descendentes.
É nestes últimos que reside o perigo, já que é neles que os financiadores do terrorismo e comparasas, apostam para a criação do partido e posteriores actividades subversivas e outras, como a expansão do terrorismo internacional.
Entretanto, realce-se que a expansão do islão em Angola tem sido possível à cumplicidade de indivíduos corruptos ligados às elites governantes, que não se contentam com o enorme prejuízo que têm causado ao erário e querem sempre mais, sem medir consequências e, muito menos, importam-se com o futuro do país e do povo angolano.
É nesta questão que o general Furtado e o Governo angolano têm que estar atentos e agir sem mais perda de tempo. Basta de pensar que “os angolanos não têm consciência e são acéfalos".